• Meu passado no bicho

    Publicado por: • 2 out • Publicado em: A Vida como ela foi

     Confesso, já fui um contraventor. Esporádico, só no sábado, mas fui. Entrei nessa por pura pena. E também tive uma Vespa. Quer dizer, meia Vespa. Melhor dizendo, era emprestada. A minha Vespinha dava de relho na Lambretta, 8,5 HP, um a menos que a concorrente, mas tinha quatro marchas. A Lambretta só tinha três, era menos silenciosa do que a Vespa, se bem que, naquele tempo, barulho bom era descarga aberta.

     Um amigo meu tinha uma e, nos finais de semana, viajava para a casa dos pais de ônibus, no Interior. Sucede que ele cursava Medicina na UFRGS, então, não tinha como trabalhar em emprego fixo. Como bico, recolhia o jogo do bicho no Mato Sampaio, hoje Vila Bom Jesus. Já era boca entaipada naquela época, imagina.

     Um dia ele levou um tombo. Ficou no estaleiro por duas ou três semanas. E agora, dizia, ele gemendo na cama engessado, e minha comissão do bicho? De olho na Vespa, disse a ele que eu assumiria a bronca, era só ele me passar o roteiro, uma dezena de botecos, pé-sujo de favela. Era só pegar o dinheiro, conferir com o talão de apostas e entregar tudo para o patrão.

     Não era um trabalho nem pesado nem perigoso. Acho que foram três sábados. A Loteria Federal corria às 18h. Da última vez, resolvi procurar uma dosa para o combate de Eros. E tradução: empregada doméstica – dosa vinha de empregadosa. Ou elas ou mulher da zona, e aí, o furo era mais embaixo. Requeria grana e não era lá grande coisa, porque mulher da zona fica olhando para o teto mascando chiclé e repetindo “Como você é gostoso paizinho”.

     Mas entrou areia no que deveria ser uma longa noite de loucuras. Amanhã eu conto.

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  • Antes tarde do que nunca.

    • Frase de motel •

  • Poesia pura

    Publicado por: • 2 out • Publicado em: Notas

     Estava ouvindo a Imperial FM 14,5 de Nova Petrópolis do meu amigo Eugênio Spier quando tocaram o sucesso do momento. Cantado, fica assim: Menina não corte o cabelo/Seu cabelo é bonito demais/Menina o seu jeitinho/Conquista qualquer rapaiz”. Foi o que deu para fazer de rima, né?

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  • O ruim é o máximo

    Publicado por: • 2 out • Publicado em: Notas

     Sobre música, tenho uma teoria. Algumas são tão ruins que são boas. Mesma coisa com filmes. E aí eles viram cult, mas a burguesia decadente, como dizem todos os comunistas de Marx até hoje, jamais torna o brega cult. Deus m’o livre, isso é coisa da gentalha! Por que até hoje os bolerões são um sucesso? Todo canta dor de guampa, amores fracassados, traições e dor eterna.

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  • A voltado bolero

    Publicado por: • 2 out • Publicado em: Notas

     Em canais votados e menos votados da TV, volta e meia, trazem os sobreviventes do tempo áureo dos boleros, da música de fossa, os Agnaldos Timóteos estão aí e ganhando dinheiro com shows. É bem verdade que existe um grande número de mulheres daquela época, porque vivemos cada vez mais. Elas se aproximam dos artistas e dizem “sabe benhê, que eu ainda dou um cardo…”

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