Publicado por: Fernando Albrecht • 26 dez • Publicado em: A Vida como ela foi •
Em uma cidade com muitas praças, sempre cabe lugar para mais uma estátua. Pois foi o que aconteceu em um município gaúcho que tinha essa característica. Sabedor que só faltava uma placa de “há vagas” em uma delas, um médico que imigrou de país europeu para o Brasil resolveu homenagear a sua querida mãezinha dedicando-lhe uma portentosa obra que seria esculpida por uma sumidade neste ofício.
Custaria muito dinheiro, coisa que o médico achava ser obrigação da comunidade financiá-la, então tratou de passar um livro-ouro, como era chamado, onde as pessoas doavam um determinado valor. Ou seja, uma vaquinha com valor mínimo. Ocorre que o bom doutor era conhecido por não cobrar dos pobres, e como obstetra tinha sido parteiro de centenas e até milhares de moradores.
Numerário garantido, o esculápio contratou o artista, um italiano, para criar a “Homenagem à Mãe” do doutor. A ideia que passou ao autor era o de uma mulher com a metade superior do corpo inclinada para a frente, carregando nos braços uma criança. Só que o italiano errou na proporção. Além da mulher parecer claramente obesa, a derrière, a retaguarda era mais proeminente que corcova de camelo. Mas ela foi posta na praça mesmo assim.
Por isso que a população passou a chamar a obra de arte não de Homenagem à Mãe mas de “Homenagem à Bunda da Mãe”.
Publicado por: Fernando Albrecht • 1 comentário em Questão de proporção