• As viúvas de 1917…

    Publicado por: • 17 jan • Publicado em: Notas

     Revendo as previsões feitas no início do ano passado dei de cara em uma furada, a de que o centenário da Revolução Russa. Não se confirmaram as previsões de grandes protestos em todo mundo, nem mesmo em Moscou. Quase todos os grandes jornais mundiais tinha esta mesma opinião. Na Rússia, alguns dos que viveram o “paraíso” soviético lamentam o fim do comunismo, enquanto os jovens não estão nem aí.

    Publicado por: Nenhum comentário em As viúvas de 1917…

  • …e o conselho e Gramsci

    Publicado por: • 17 jan • Publicado em: Notas

     A maior concentração de viúvas de 1917 é no Brasil, mas a catástrofe econômica soviética até seu desmoronamento não permite a ela grandes foguetórios. Os veteranos evitam a admissão da viuvez, salvo cânticos de louvor em separado da Santíssima Trindade, Marx Engels e Lenin, e Trotsky por fora. Ou os três Mosqueteiros, que eram quatro. Talvez porque o guru Antonio Gramsci tenha recomendando a estratégia de “nunca deixem eles chamar vocês de comunistas”.

     E quem seria “eles”?

     Eles somos nós.

    Publicado por: Nenhum comentário em …e o conselho e Gramsci

  • A cultura dos biquínis

    Publicado por: • 16 jan • Publicado em: Caso do Dia

    folhinha da caixa

    Escolhi a folhinha da Caixa como metáfora visual para um dos mais sérios problemas no jornalismo e seus infográficos e até de muitos anúncios publicitários. Esse calendário é muito disputado nas redações e não sem motivo. É simples, tem contraste ótimo entre os números, com letras gordinhas, fáceis de ler. Ao contrário desse primor de lógica, ao longo os anos, tenho visto calendários que, até para olhar, te deixam desconfortável. Mas a moldura, digamos assim, é visualmente poluída, cheio de firulas e fricotes. Ou seja, o que interessa mesmo não teve chance, preferiram os arredores do principal.

     Acho isso incrível na vida moderna. Complicam tudo e, amiúde, colocam letras magrelas e subnutridas. Em muitos anúncios, vejo o mesmo, o texto ilegível porque o fundo impede sua leitura. Ora, anúncio foi feito para atingir impacto imediato e não para ser quase uma carta enigmática.

     Mesma coisa os infográficos dos jornais. Frequentemente, eles são tão confusos que o leitor cai fora até da matéria. De novo, a moldura cheia de artifícios são como biquínis: mostram tudo menos o essencial.

    Publicado por: Nenhum comentário em A cultura dos biquínis

  •  Companheiros de farra

    Publicado por: • 16 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

     Por volta do início do milênio, uma liderança rural tentou, por várias vezes, que alta patente do governo se dignasse a lhe conceder uma audiência. Provavelmente, por não afinidade ideológica, por assim dizer, demorou quase o tempo da gestação de um rinoceronte branco, 18 meses. Quando finalmente seu pleito foi atendido, marcaram o encontro para a primeira hora da manhã. Quando o homem de campo entrou na sala de sua majestade, estavam lá fieis acólitos do governo. Antes que pudesse dizer bom-dia, o homem de governo falou.

     – Mas que cara é essa? Parece que o senhor saiu agora da Boate Gruta Azul…

     De bate-pronto, o visitante despejou a lata cheia de uma vez só.

     – Sim, eu saí meia hora depois do senhor.

    Publicado por: Nenhum comentário em  Companheiros de farra

  • Não tem amigos o homem que nunca teve inimigos.

    • Alfred Tennyson •