• Condenado ao fumo

    fumo fumante em fundo preto

    Publicado por: • 31 jan • Publicado em: Caso do Dia

     A revista Exame publicou uma pesquisa que me deixou muito mal. O estudo mostra que trabalhar mais de 39 horas por semana faz muito mal, tanto mal quanto fumar. Cáspite! Tô ferrado do primeiro ao quinto invertido, como na aposta do jogo do bicho. Logo eu, que deixei de fumar há muitos anos. Vejamos: somando apenas a jornada diurna até as 21h, sem contar com o serviço que se leva para casa, às vezes, varando a madrugada, são dez horas diárias incluindo domingos e feriados. Não tem moleza no lugar de onde vim.

     Isso significa 60 horas semanais, caramba. E já foi muito mais no tempo em que trabalhava na Rádio Band AM, no Jornal Gente, porque acordava às 5h da manhã para ler os jornais e pegar no batente às 7h30min, durante 15 anos. Considerando que, raras vezes, nos meus diversos empregos, desde que comecei no jornalismo, labutei menos de oito horas por dia, é uma vida inteira fumando trabalho.

     Agora considerem esta questão. Se um dia vier a morrer, como dizia o dono da Globo, doutor Roberto Marinho, só me falta que parentes e amigos digam que eu morri por fumar demais.

    Publicado por: 1 comentário em Condenado ao fumo

  • Minha estada no inferno

    rosário para rezar

    Publicado por: • 31 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

     Uma das coisas mais desagradáveis que marcaram minha adolescência era a confissão. Minha mãe era uma católica muito fervorosa. Não permitia que se passasse uma semana sem ajoelhar naquela madeira dura do confessionário e falar, pela abertura quadriculada, para o padre, de ouvidos atentos do outro lado.

     – Mas eu não pequei, mãe!

     – Pecou sim, ou tu pensa que não te conheço? – dizia ela, desdenhando meu pânico.

     Maldição! Epa, outro pecado, se bem que praguejar é pecado venial. Os pecados se dividem em veniais e mortais. Os primeiros você não necessariamente precisava mencionar ao confessor, mas os segundos eram obrigatórios. Sem purgar a mora, digamos assim, ia-se para o inferno. E ia duas vezes se comungasse. Era meu caso, porque em boa parte das vezes eu só confessava os veniais.

     – Só isso? – perquiria o sacerdote. – Tem certeza de que não pecaste nem uma vez? Não tocaste teu corpo?

     Tocar o corpo significava masturbação. Ao negar a aproximação corporal, eu ruborizava tanto que a igreja toda deveria estar iluminada de vermelho.

     – Bem…quer dizer…tocar, toquei, mas não fui até o fim – respondia triunfante. Uma solene mentira, de fato, então era mais um inferno à vista com o diabo me espetando com um tridente em brasa.

     Então vinha o sermão, que um bom católico não se aproximava do seu corpo e a castidade era necessária blá blá blá. E ato cointínuo, a penitência. Não contei, mas devo ter rezado pelo menos 100 mil Padre Nosso e Ave Marias, sem citar o terço. E, por fim, o cara ainda me perguntava se eu me arrependia de verdade por ter cometido o pecado da carne.

     – Claro! – dizia, sacudindo energicamente a cabeça para confirmar a mentira.

     Evidentemente que esse arrependimento durava apenas um dia, se tanto. Pelo menos por 24 horas eu me sentia o mais piedoso dos cristãos e com entrada garantida no céu, com anjinhos cantando e sei eu que mais festividades inocentes eram feitas.

     Cá entre nós, tocar o corpo era muito mais divertido.

    Publicado por: Nenhum comentário em Minha estada no inferno

  • Quando o dinheiro fala, ninguém repara no sotaque.

    • Alfred E. Neuman •

  • Escrevi…

    Publicado por: • 31 jan • Publicado em: Notas

     … o prefácio do livro de crônicas dos Dezmiolados. Foi o mais perto que cheguei de escrever um. Provisoriamente.

    Publicado por: Nenhum comentário em Escrevi…

  • Leia o Jornal do Comércio

    Publicado por: • 31 jan • Publicado em: Notas

    Assine e leia o JC clicando aqui.  

    Publicado por: Nenhum comentário em Leia o Jornal do Comércio