• Meia verdade

    Publicado por: • 24 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Uma das malandragens mais praticadas na imprensa brasileira é colocar meia verdade no título ou na chamada e colocar a outra meia verdade que explica a primeira no corpo da matéria, sabendo que o leitor é impactado pela primeira e nem sempre foi à segunda para então apanhar o contexto.

    SACANAGEM INTEIRA

    Por exemplo, li há dias que um governante optou por dar reajuste para os vencimentos mais altos do funcionalismo, e só bem abaixo explica que isso se deveu a uma decisão judicial. Neste caso, a sacanagem é explícita. A não ser por descuido ou cacoete, dentro da máxima “a função do jornal é alarmar o povo”, o prejuízo para o governante em questão é um fato inquestionável, até porque boa parte dos leitores ignora a explicação e se fixa na chamada ou manchete.

    JORNALISMO EMPREENDEDOR

    Desse jeito nós jornalistas estamos fazendo o mal. Traquinagens desse tipo são comuns, especialmente quando há predisposição para ferir o personagem do caso ou, certamente vocês já ouviram falar, o ataque é movido pela bílis ou por alguma razão econômica passada ou futuro. Yes, nós também fazemos esta modalidade de, digamos, empreendedorismo.

    A CAMPANHA

    Leio que uma fabricante de motosserras está realizando uma campanha nacional de motosserras. E precisa?

    QUESTÃO DE EFICIÊNCIA

    Há um erro dos parlamentares que se dizem indignados com a proposta de aumento dos salários da diretoria e presidência do Banrisul. Executivo de um banco público precisam ter experiência e habilidades para terçar armas com o sistema bancário privado e com salários à altura desse desafio quanto mais não seja para deixar o banco rentável.

    COMPARAÇÕES ESDRÚXULAS

    Não só os políticos têm essa mania de comprar ganhos e pregar equivalência por baixo. A esquerda é pródiga nesse tipo de raciocínio e nós da imprensa também, para variar. Mas ninguém questiona os próprios ganhos mensais e benesses outras quando em cargo público ou em mandato parlamentar.

    SANTINHOS DO PAU OCO

    Essa soma nunca dá certo. O salário mínimo é baixo? É injusto? É. Então vamos equiparar a laranja com banana para ver se sai um abacate. No fundo, é a velha demagogia para conseguir aplausos do eleitor. É como deputado que se “deixa” fotografar no plenário vazio numa sexta-feira. É puro farisaísmo. Ó, Senhor, vede como eu sou probo e íntegro.

    JOVEM APRENDIZ

    O SENAR-RS realiza hoje a formatura da primeira turma do Programa Jovem Aprendiz em São Gabriel. São 44 pessoas capacitadas a atuar no meio rural em Pecuária de Corte. Além de aprenderem sobre os aspectos técnicos da atividade, os alunos têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos na prática em empresas e propriedades parceiras e aprendem sobre como se comportar no ambiente profissional. A solenidade de encerramento contará com a presença do superintendente do SENAR-RS, Eduardo Condorelli.

    A HISTÓRIA DO CAMILO

    Camilo de Oliveira, de 17 anos, é o orador da turma. Ele garante que os conhecimentos adquiridos durante a formação consolidaram a convicção de que seu futuro profissional está no campo. “Eu moro na cidade, mas a minha família é do meio rural. Eu aprendi muito, mesmo já tendo algum conhecimento, e posso dizer que o estudante que se empenha tem ótimas oportunidades no Jovem Aprendiz”, relata o estudante do Ensino Médio.

     A cerimônia de formatura acontecerá Pavilhão de Remates Antônio Carlos Brenner, Parque de Exposições Assis Brasil, em São Gabriel, às 19h.

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  • A maior dor do vento é não ser colorido.

    • Mário Quintana •

  • Questão de antena

    Publicado por: • 23 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Anos 1980, uma sexta-feira. Eu estava quase baixando o Informe Especial, a página 3 da Zero Hora, quando o diretor de redação assomou à porta da sua sala e fez aquele sinal com dedo indicador virado para baixo, me chamando. O Lauro adorava me deixar preso na redação até noite alta.

    – Não sai sem falar comigo!

    Era uma ordem. E repetida com frequência. Em menos de meia hora, finalizei o texto e mandei para a diagramação. O Jorginho fez o seu serviço bem rápido, de maneira que eu podia ir embora.

    – Não sai sem falar comigo! – reordenou o Lauro.

    Para usar uma frase dos romances, tamborilei os dedos na mesa. Ê saco! Passou uma hora, e o cara me prendendo. Justo quando eu ia para o famoso dá ou desce, ele me chamou.

    – Seguinte. Bota uma nota advertindo que amanhã, à meia noite, começa o horário de verão. Sempre tem os desligados que não se flagram no óbvio.

    – Mas Lauro, já tá baixada a página, vou ter que reabri-la!

    – Faça isso.

    Butz a bariu, como dizem os palestinos das lojas do Centro. Troquei a nota rápido, mas para diagramar de novo levou um tempão. No domingo, fechei a página e ao sair do prédio vi que o enorme relógio do prédio ainda estava com o horário antigo. Voltei para a minha vingança.

    – Lauro, olha só. O nosso relógio não foi mudado para o horário de verão. E arrematei:

    – Sempre existem os desligados que não são antenados, não é mesmo?

    Sai correndo para ele não dizer “não sai sem falar comigo” de novo.

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  • Apertando o cerco

    Publicado por: • 23 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O governo gaúcho é, hoje, mero administrador de folha de pagamento. Ao contrário do que se diz, não foram SÓ os sucessivos governadores os culpados por deixar as burras estaduais em estado pior que pedinte de porta de igreja. O Poder Legislativo é tão ou até mais responsável pelo descalabro das contas públicas.

    Culpa tripla

    Não só por não ter tomado iniciativas para evitar o caos, aparentemente caminho sem volta, mas por omissão piorada pela aprovação de diplomas legais que botaram mais carvão no trenzinho da alegria de instituições públicas e diversas categorias do funcionalismo público, quando não em benefício do pessoal da Casa e dos seus chefes, os deputados.

    A kriptonita

    Assim como o Super Homem prefere ver o diabo que a pedra verde que o enfraquece, o legislativo estadual fica atordoado pelo ruído e ameaças vindas das galerias. Ao menor alarido, suas excelências se transformam em temerosos parlamentares. E agem de acordo.

    O passado me condena

    Vou dar um exemplo. Na segunda metade dos anos 1980, o deputado Mendes Ribeiro Filho, do MDB, propôs uma lei que dividiria o funcionalismo público em antes e depois: quem já era empregado do Estado tinha seus vencimentos e aposentadoria integrais, o que por si só já é um absurdo se comparado com os cidadãos de segunda classe, os privados; quem fosse admitido após a promulgação desta lei entraria com novas regras. A Mesa Diretora não quis nem analisar a ideia.

    Cúmplice do atraso

    Deu no que deu. Então, a Casa do Povo é culpada pelo caos em pelo menos 50% pelo lamentável estado físico do Rio Grande do Sul.

    Doidices do mês

    O governador Eduardo Leite é do PSDB, mas os (poucos) deputados tucanos votam contra seus projetos.

    Boca torta

    Ontem me referi ao desânimo reinante no chamado seio da opinião público em relação ao mau estado da economia. O seio murchou, mas quem também murchou foi a imprensa porque não fala de outra coisa que não sejam coisas bolsonarianas. Virou o Ideiafix do Asterix e seus gauleses brigões, com as honrosas exceções de sempre. Resulta que boa parte perdeu a noção do que seja notícia. Pautas magérrimas, sem inspiração. Eppur si muove.

    Rápidas mudanças

    Ao abrir o 12º Fórum Internacional de TI Banrisul, nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o presidente da instituição, Luiz Gonzaga Mota (foto) destacou que o cenário atual é marcado pelas rápidas mudanças no consumo de serviços financeiros, para as quais os bancos precisam estar preparados. “O open banking é um exemplo de transformação que beneficiará os clientes, proporcionando tarifas menores”, salientou.

    Fórum de TI 2019_1969 David Pires_foto1 Mota lembrou que o Banrisul é referência no mercado bancário, tendo por missão atender aos clientes e melhorar a qualidade de vida das pessoas, e valorizou o fato do evento proporcionar debates de qualidade que já foram assistidos por mais de 40 mil pessoas desde a sua primeira edição, em 2008. O evento pode ser conferido no Teatro do Bourbon Country – hoje é o último dia.

    Publicado por: 1 comentário em Apertando o cerco

  • Os últimos serão…vaiados.

    • Provérbios revisitados •