Outra semana do quindim
Confiante de ser uma semana sem mais do mesmo, decepcionei-me. É o mesmo PF desde a CPI e até antes dela. Já falei, é como comer quindim todos os dias, enjoa. E olha que tem assunto, alguns alvissareiros. A começar pela reação da economia, com esperança calçada em realidade. O PIB de 2021 vai surpreender, a não ser que o vírus vença a vacina.
Sobe meu balão
Em todas as guerras e eventos traumáticos mundiais, a economia se recupera e, mais, vai além do ponto em que estava antes. Depois da II Guerra Mundial, não só os EUA decolaram, também as economias europeias, depois de um par de anos terríveis. Incluindo a Alemanha.
O dragão alemão
Poucos sabem, mas o confisco da poupança feita no Governo Fernando Collor como forma de estancar a inflação altíssima também foi feito na Alemanha, em 1947, pós II Guerra Mundial. Pior que o da ministra Zélia Cardoso de Mello. Cada alemão só pode ficar com 50 marcos. Motivo: hiperinflação, como na mesma Alemanha depois da I Guerra Mundial, a partir de 1920.
Morto, mas com dinheiro
O mundo monetário e curioso. Uma das causas da inflação é o excesso de moeda no mercado. Então, com a mortandade da guerra, a quantidade de pessoas diminui, mas mesmo morto seu dinheiro não desaparece.
Não saberia dizer se é o caso das mortes por Covid, mas o fato é que a inflação em quase todos os países aumentou, sobretudo nos Estados Unidos. Quer dizer, foi muita gente, mas não deve ter atingido uma massa crítica que desencadeou o que a imprensa chama de fenômeno.
Fenômeno é um fato comum que passa desapercebido até que as consequências eclodem.
Um barril caro demais
Alta nos combustíveis causa inflação, mas essa alta não foi causada pelo dragão retroativo. Tem a ver com a recuperação da economia mundial, que, por sua vez, faz elevar o preço do barril de petróleo (153 litros). Foi ao chão em 2020 e agora está custando o dobro. Como é em dólar, não há escape.
Enquanto isso…
…em Porto Alegre as tarifas de ônibus e lotações foram majoradas. É um pepino a mais para os (ou as) lotações, que já vinham sofrendo com a falta de passageiros. A R$ 7,00 a passagem, os aplicativos de transporte ganham mais espaço. Menos passageiros, menos viagens, mais desistências de passageiros que se exasperam com a demora.
Eu confesso
Uso lotação frequentemente, e o ruim era juntar moedas para os R$ 6,40. Com a nova tarifa, vai ter abundância de moedas na praça e, eventualmente, escassez de notas de R$ 2,00. Seria muito maior se as lotações carregassem mais usuários.
Não preciso mais me preocupar que as moedas furem meus bolsos. Viva os dois pila!
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
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