Olho vivo…
…e pé ligeiro, dizia-se antigamente. Nesta terça, faço a segunda cirurgia de catarata. Desta vez, no olho esquerdo.
Se tudo der certo, na quarta-feira vou enxergar com os dois olhos, e sem óculos graças às mãos habilidosas do doutor Rubens Gurski. O que posso dizer é que o chato é o pré- e o pós-operatório.
Não que sinta dor ou incômodo, mas precisa pingar colírio, por semanas, várias vezes por dia. Afora isso, só o estresse na hora do laser entrar em ação. Dor zero.
Quando tirei a bandagem do olho esquerdo, vi um espetáculo de luz à minha frente. Minha mãe! Como tudo voltou a ficar bonito e cheio de cores. Quando enxergar com os dois, verei no todo como o mundo é bonito por fora.
A primeira impressão é que as pessoas são mais velhas do que aparentam, ou pelo menos antes da cirurgia. Todo mundo tinha pele lisinha. Nossa, como a pele tem furinhos! Quando olhei para meu joelho pensei que estava vendo uma sanfona, pele mais dobrada que espinha de político.
O milagre oftálmico
Não tem como não se admirar dos avanços da medicina, ainda mais para quem já tem certa idade. Nunca imaginei – nem eu, nem o mundo – que catarata poderia ser operada por laser, sigla que desdobrado significa Light amplification by stimulated emission of radiation. Quando mais novo, quem a tinha estava condenado a perder a visão gradativamente. Até tudo à sua volta se transformar em um borrão cinza.
As cercas puladas
A psicóloga francesa Maryse Vaillant assumiu o papel de advogada do diabo para analisar a relação dos homens com a fidelidade. Estudou casos de pacientes que fossem exemplos de fidelidade e infidelidade extremas para, desta forma, traçar diferentes perfis de homens. Isso feito, lançou o livro “Os homens, o amor e a fidelidade” (Best Seller).
A autora chegou a categorias como o monogâmico mentiroso, o monogâmico infiel, o monogâmico cativo, o monogâmico perdido, o poligâmico ansioso, o poligâmico infiel, o poligâmico indeciso, o poligâmico fiel e o poligâmico resolvido. Tudo isso para definir o que o povo simplesmente chama de pulador de cerca. Maryse agora precisaria classificar as cercas.
O sumiço da grana
Sentados lado a lado em banquetas de uma lancheria, dois homens molhavam as palavras com um cafezinho.
– Olha, tem uma coisa que eu não entendo. Estou num miserê danado e só vejo carro zero nas ruas e anúncios de prédios de luxo. De onde vem o dinheiro?
-Sei lá.
Olharam para mim.
– Se souberem de onde sai me avisem.