O que deu errado?

30 maio • NotasNenhum comentário em O que deu errado?

Agora é a hora em que os jornais vão começar a perguntar para os meteorologistas o que está havendo com o tempo porque a previsão era de seca. Chove pra caramba no Nordeste, e aqui deveria ter pouca chuva com o La Niña. O que houve? A guria trocou de sexo?

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A primeira coisa que vai faltar com o excesso pluviométrico nas gôndolas serão hortrigranjeiros, tomate, alface etc. Cítricos, como laranja, bergamota também aprenderam a nadar. Resultado: aumento de preço e inflação.

Mundo triste mundo…

…se meu nome fosse Raimundo seria uma rima e não uma solução. Os versos de Carlos Drummond de Andrade são introdução, sem querer fazer rima, para estas linhas.

https://cnabrasil.org.br/senar

O mundo está botando gente pelo ladrão assim como parte das cidades está botando ladrão pelo ladrão. E o resultado é a proliferação de pragas novas e velhas geneticamente atualizadas. E cada vez mais difíceis de conter, para a alegria dos laboratórios que fabricam vacinas e medicamentos para combatê-las.

Quantas vacinas o corpo humano suporta sem que algo dê muito errado. Se é que já não está – é a pergunta.

Quem nasceu em 1970 tinha à sua disposição um Brasil com 70 milhões de habitantes, ano da Copa do Mundo.  O hino da seleção começava com “setenta milhões em ação…”. Hoje, são em torno de 220 milhões. Haja terras  agricultáveis, insumos, controle de pragas – e dinheiro para comprar a comida que dela vem.

Foi um ano antes de eu casar. Olhem a linha do tempo. De lá para cá, em 50 anos,  nasceram mais 150 milhões de bocas.

A China possui apenas 16% de terra apropriada ao plantio. Já esgotaram sua fronteira agrícola. Por isso que precisam desesperadamente da nossa soja, cujo farelo alimenta seus suínos e aves, que, por sua vez, alimentam os chineses. São 1,7 bilhão de bocas. Ali perto, Índia e o Paquistão também estão inchados. E inchando.

Acredito que, mais dia menos dia, a tecnologia consiga substituir a terra, o solo. Já temos a hidroponia, e alguns países, como a Holanda, usam lã mineral, que requer pouca água e zero defensivos químicos. Plantam pimenta e são grandes exportadores dela, vejam só. Grandes estufas com luzes que imitam o sol.

A lã mineral é extraída das rochas, partindo de um principio simples: se o solo tem nutrientes, por que as rochas não os teriam? Envolve a raiz como se fosse a nossa conhecida barba de pau.

Ânimo, irmãos e irmãs. A salvação está lá fora, ou lá em cima. O foguete SpaceX de Elon Musk e seus sucessores nos levarão a Marte ou às colônias na Lua primeiro. Moraremos em estufas semelhantes às que a Holanda planta pimenta. E é bem pertinho.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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