O microcosmo do WhatsApp

25 maio • NotasNenhum comentário em O microcosmo do WhatsApp

Venho prestando atenção nos diversos grupos do WhatsApp do qual faço parte, mas sem postar nada há muito tempo. Hoje posso dizer que todos se parecem e são um retrato da sociedade, da Humanidade até.

Eles se formam a partir de convivência física de turmas de mesmo bairro, escola, faculdade etc e da mesma faixa etária, com interesses relativamente em comum, salvo divergências. Uma das atividades é a postagem de vídeos curiosos, fotos ou links de notícias que se julga interessar a todos.

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Antes, uma explicação. Raramente posto algo e quase nunca vejo vídeos e abro fotos. Porque, se eu gastar 20 segundos pra ver cada um, simplesmente não trabalho o dia inteiro.

Tem quem fique brabo. Mas eu explico, explico, só que a maior parte não entende. Simplesmente porque tem tempo para gastar e eu tenho zero tempo.

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Começo a ler e escrever às 8h da manhã e vou até as 22h-23h. E, com essa jornada, não quero ver outra tela que a não a da TV.

Voltando à vaca fria. Os grupos conversam, formam laços de forma tal que, em determinado tempo, viram irmandade, que eu prefiro chamar de tribos. Neste estágio, quem está fora não entra e quem está dentro não sai. É um clube fechado como – mal comparando – a maçonaria com viés de seita.

Tudo vai bem até este ponto, mas eis que o ser humano não falha. O estágio seguinte é marcado por divergências cada vez mais sérias por parte de alguns. Conflitos mal resolvidos de outros tempos afloram e carregam o vírus do rompimento, a briga, a cizânia então impera.

Aí começa um estágio interessante. Nada diferente de tribos pré-internet. Grupos de amigos que, aos poucos, começam a se desentender e não raro dão espaço para o ódio. É o estágio do ressentimento, turbinado por diferenças políticas quase sempre, polivisões diferentes do mundo e como ele gira. Inclusive dentro da cabeça de cada um.

È o microcosmo do comportamento do ser humano em grupo. Passa da alegria e da emoção, de sentimentos comuns que vão se deteriorando aos poucos posto que nenhum homem é uma ilha. E um grupo se ´pauta mais pelas divergências que pelas concordâncias. Igualzito à vida como ela é.

Em vez de pautar o que nos une, enfatizamos o que nos desune. Mesmo que seja pouco em relação ao traço de união do grupo.

Talvez seja isso que move a humanidade, a desunião. Um passo para a frente e dois para trás para. Só a tragédia nos une.

Para ter essa consciência é preciso ter idade e visão da floresta. Não é de graça, essa convicção vem de muitas tristezas e decepções com pitadas de alegria entre uma e outra. 

JC 90 anos

O Jornal do Comércio celebra hoje 90 anos de circulação ininterrupta. É uma façanha para qualquer empresa. Para celebrar a data, mais uma edição com mais de 100 páginas. Encartado, circula o especial Dia da Indústria, com reportagens e entrevistas, além de um histórico com a trajetória do JC, empresa familiar que está na quarta geração.

Eu faço parte dessa história. Edito a página 3, Começo de Conversa, há 25 anos beirando os 26. Na segunda metade dos anos 1970 até 1981, fui interino da coluna Espaço Vital na ausência, férias ou viagens do titular, Marco Antônio Birnfeld. Durante um ano, assinamos o EV juntos porque eram duas páginas.  

O Juquinha e a esquerda

Quando a esquerda perde uma eleição, ela tenta destruir o país. Quando ganha, consegue.


Juca Chaves, humorista e pensador


Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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