O fim do boleto e do cartão

22 nov • ArtigosNenhum comentário em O fim do boleto e do cartão

* Por Rafael Façanha

O mercado financeiro brasileiro passa por uma transformação profunda que vai modificar completamente o relacionamento das empresas do setor com seus clientes. Desta forma, os instrumentos utilizados para intermediá-lo serão amplamente modificados e o PIX é um exemplo do que está por vir com o open banking, sendo que a terceira fase facilita justamente as compras com o meio inovador de pagamento, sem a intermediação de bancos. Conforme o instituto de pesquisa Mind Miners, o PIX já é o terceiro método mais usado em compras online no Brasil, superando o cartão de débito.

Diante de tantas mudanças a partir do open banking, a cultura de dados deverá nos levar ao fim do uso de boletos e cartões, tendência que pode parecer extremista se analisada neste 2021. Porém, quando paramos para pensar na revolução da tecnologia em outros mercados, a afirmação passa a fazer sentido.

Por exemplo: podemos traçar um paralelo com a introdução do smartphone em nossas vidas, fator que revolucionou o mercado da comunicação e tornou-se uma ferramenta tão cotidiana que nem conseguimos imaginar como era nossa vida antes do surgimento dos iPhones e Blackberries. Algo parecido deve acontecer com os meios de pagamento como boletos e cartões de débito/crédito, que são apenas uma via para a identificação de informações – afinal com a expansão do uso das tecnologias, estarão todas disponíveis online.

O caminho já apontado pelo PIX mostra possível a realização da transação sem a intermediação de uma instituição financeira, utilizando carteiras digitais e por meio de instituições de pagamento. É algo que deve se popularizar cada vez mais, só possível graças ao direcionamento data driven e de uma mentalidade open finance, que se revela ao longo do processo da transformação financeira que vivemos, e certamente vai promover uma verdadeira revolução digital no setor financeiro do País, culminando no que chamamos de “invisible banking”.

É claro: para que ocorra esta evolução em um mercado tradicional é importante levar em consideração o consumidor, que na ponta deverá ter segurança para compartilhar suas informações em troca de serviços, produtos e soluções melhores.

Então, tendo em mente que quem vai nortear tudo isso é o cliente, este agente demandará de seus bancos e de fintechs cuja existência ele desconhece, experiências digitais excepcionais, fluídas e super individuais.

Um benefício latente desta revolução silenciosa é a agilidade, pois com o open finance os clientes poderão mudar para plataformas mais interessantes, de maneira rápida, segura e inteligente – muitas vezes até sedutora.

Para o mercado, o open banking oferece a entrada de novos players em um mercado que historicamente apresenta algumas poucas e tradicionais empresas – favorecendo a concorrência saudável.

Outro benefício inclui a aplicação da cultura de inovação no sistema financeiro, que foi bem sucedida em Londres e fez com que a cidade seja considerada hoje como a “capital mundial dos neobancos”.

Para que toda essa revolução silenciosa tenha êxito será necessário realizar uma preparação tecnológica e a entrega do serviço com excelência, quando este for requisitado. Parceiros especialistas do setor podem auxiliar de maneira simples a conduzir instituições na jornada open finance.

Essa economia digital vai ser um divisor de águas para a experiência de uso e por este motivo, as empresas que oferecerem os melhores aplicativos, que conduzam uma jornada fluida e eficiente terão êxito no setor. Parte ampla da implementação do open banking, o open finance representa a evolução do mercado financeiro por beneficiar o setor de maneira holística.

Rafael F. Façanha é Head of Business Development da Trio, onde tem a missão de auxiliar empresas na jornada open finance, sendo que já atuou na Stone e EBANX, entre outras experiências profissionais

ATENÇÃO: As opiniões publicadas em artigos não necessariamente são as do editor deste blog.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »