O falsário da tampinha
No texto do vídeo abaixo, com o comercial da Pepsi Cola, falo que o Comendador Heitor Pires, que instalou a fábrica da Pepsi em Porto Alegre, era um homem de marketing inigualável – e nem se falava essa palavra na época. Uma das ações que levou a bebida ao topo aqui no RS foi o sorteio de um Fusca zero, sonho de consumo então. As tampinhas tinham cortiça no fundo e além de brindes vários, outro grátis, canetas etc, a efígie de um VW 1200 premiava o felizardo. Um sujeito ganhou, não havia outros fuscas na premiação.
Agora vem a lenda. Semanas depois do encerramento da promoção e entrega do VW ao felizardo, apareceu na fábrica da avenida Praia de Belas um gajo mostrando que ele também ganhara o prêmio maior. Trazia uma tampinha com o desenho do carro. Ora, isso era impossível. A gravação fora rigorosamente fiscalizada, não tinha essa de dois.
Mas o cara insistia. Façam os exames que quiserem, disse. E os técnicos deram uma geral na tampinha. Estavam lá todos os dispositivos de segurança, a marca Pepsi na calota do fusca, visível só com microscópio, a letra “P” no quebra-vento e outros que tais. Resignados, disseram ao comendador que tudo estava certo. Juridicamente, o homem venceria nos tribunais.
O financeiro da Pepsi já se preparava para comprar outro carro e entregá-lo ao falsificador, quando um aprendiz fez acenos frenéticos aos chefes, que virassem a tampinha.
Era da Brahma.