O diário da peste

26 mar • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O diário da peste

NORMALMENTE tão movimentada, a Rua dos Andradas (da Praia) – o coração do Centro de Porto Alegre – está quase vazia por culpa do coronavírus.

Foto: João Mattos 

QUANDO  o corona for domesticado e isso for devidamente informado pela mídia, posso ver uma multidão furiosa fazendo panelaços e gritando furiosamente “É mentira!”  aduzindo “da Globo!”.

DEPOIS de um breve desaparecimento vem às mas variadas mensagens de especialistas, empresários, executivos, CEOs e outros que tais dando a receita para enfrentar a crise sem perder dinheiro. Só não ensinam como fabricá-lo em casa.

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POR falar em crise. Gastamos tanta essa palavra sem que realmente fosse o caso que agora que estamos imersos numa de verdade, não usamos mais o termo.

MEU banco avisou que, por ordem da matriz, deveriam fechar as portas de vez. Para sacar algum pouco dinheiro só nos caixas eletrônicos. Loucura isso tudo.

POSTEI no Face uma frase falando nos casos não detectados por falta de teste, o que obviamente diminui a taxa de letalidade. Pra quê…

DESCOBRI  que ninguém mais sabe a Regra de 3, e que sou um delegado a serviço do Capitão e tomara que eu pegue o vírus. Porém…

EM torno de 70% concordaram comigo. Mas os argumentos dos que não concordaram… Mesmo em tempos de vírus, tive que rir.

DE submersos na crise estão, os governantes da aldeia dão a entender que estão mais em pânico do que a população. Por isso, emitem decretos que horas depois têm que ser refeitos.

NOSSO prefeito emitiu decreto que permite multar em mais de R$ 600,00 os idosos pegos em flagrante na rua fora da lista de semiaberto. Não consta a de poder sacar dinheiro em caixas eletrônicos.

CONCLUO que ser  idoso é pior do que ser criminoso no semi aberto, eufemismo para aberto total. São mais livres que nós. Isso sim que é mundo cruel.

UM dia vamos ler sobre como uma população inteira foi hipnotizada. Igual a ver Santa. Se vê, mas é real apenas para os hiptonizados. Como dizia o poeta Mário Quintana: tudo é natural, inclusive o sobrenatural.

ENTRETANTO, o ser humano não está totalmente perdido. Há muita solidariedade por aí. Leia na matéria do jornal Voz da Vizinhança: clicando aqui.

Imagem: Freepiki

Imagem: Freepiki

LIVRO Viagens Ao Redor Do Meu Quarto se tornou real para mim. Para fazer o mínimo de exercício, já devo ter viajado uns bons quilômetros.

Brincadeira séria

A escritora Ana Pregardier, imortal da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, lançou uma ideia para entreter as crianças dentro de suas casas durante a quarentena. Ela está fazendo “lives” diariamente a fim de contribuir para que os pais tenham momentos educativos com as crianças, estreitando o relacionamento por meio de brincadeiras, atividades e e-books.

Perguntinha

Por que o Gabus Mendes na novela Éramos Seis está sempre sussurrando, até quando grita?

PENSAMENTO DO DIAS

Para acertar no carrapato, estão matando a vaca.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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