O destino quem quis

17 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em O destino quem quis

Dia 21 de abril de 1985. Eu fazia o Informe Especial do jornal Zero Hora. Tancredo Neves, eleito indiretamente agonizava. Havia uma semana fora editada uma edição extra com vida e obra do mineiro. Incluía depoimentos pré-tomados  de lideranças políticas e autoridades em geral. Sabia-se que a morte era  certa, então só faltava a manchete e o editorial.

    Era a coisa mais fácil de fazer, podia ser redigido previamente. Só que o editorialista, o grande Pilla Vares, ainda não o havia escrito.
        – Na pressa, só falta tu abrir o editorial com “quis o destino”. Te mexe, vai – falei.
        – Nāo amola, eu sei ser criativo.
   No final da tarde fui no Tirol de  carona no Dodge Polara do jornalista Melchíades Stricher, com o rádio ligado. Mal estacionamos, veio a voz grave do porta-voz, depois governador, Antonio Britto anunciando o que já se esperava. Tancredo mal assumiu e morreu de pólipos intestinais. Voltamos. Foi aquela correria na redação.
    O editorial da edição extra começava assim:
         – Quis o destino…

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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