O celular diabético
A LG anunciou que vai parar a produção de celulares em todo mundo. Pena. Já tive quatro e, na época, optei pela marca coreana por ser a mais resistente. Um modelo flip foi o campeão. Deixei cair duas vezes do alto de uma escada com bons três metros de altura do chão. Outro LG que tive tomou banho de Coca Cola. Quanto mais eu tentava pegá-lo mais ele mergulhava no copo. Nas duas vezes, não parou de funcionar.
A noite fatídica aconteceu na Churrascaria Barranco. O Chiquinho Tasca – que perda, que perda…- trouxe uma toalha felpuda e eu a enrolei como se fosse bebê fora. O Chiquinho achou que não tinha volta. Esperei secar bem, e milagre!, o desgranido voltou a funcionar. Chegamos à conclusão que, se tivesse tomado banho em Coca com açúcar e não Zero, a morte seria certa. Concluí que celular também pode ter diabetes.
Na mesa ao lado, o chargista Marco Aurélio, da ZH, contou que o dele caíra em copo cheio de uísque e também não morrera – era um Bolinha, dos pequenos, da abençoada fase em que celular só falava e ouvia, benza Deus. Publiquei o causo no blog.
No dia seguinte ele me ligou, chateado. O médico dele tinha lido e lhe deu uma puteada porque o Marco tinha prometido pararia de beber destilados. O banho de uísque do celu tinha acontecido meses antes da promessa, então falei que ele tinha que ter contado esse detalhe.
Literalmente, deveria ter molhado o bico antes da gabolice.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
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