O caso do sapo perdido

17 ago • NotasNenhum comentário em O caso do sapo perdido

Colega do JC contou ter sonhado com um sapo. Não é sempre que se sonha com uma batráquio.     

– E tu beijaste o sapo?       

– Claro que não! Bicho nojeto, ui que nojo!

Caí do cavalo.       

– Mas como não beijaste o sapo? Perdeste o cavalo encilhado, não conheces a fábula? Sapo beijado vira príncipe! E tu com essa história de nojo.

Suspirei. Como pode um ser humano perder uma chance de virar rainha, ou príncipa, no politicamente correto.

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O começo do já começado

Começou ontem a campanha eleitoral propriamente dita, em que candidatos já podem pedir voto. Engraçado. Eu achei que antes eles não pediam embora pedissem, entendeu? 

Diziam ser pré-candidatos, mas pediam votos mesmo assim para não burlar a legislação eleitoral. Vivendo e aprendendo.

Quando alguém diz que não é candidato, mas será candidato, pede voto para o futuro. Como o mercado de Futuros da Bolsa.

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Para evitar problemas de compreensão desse povo que não dá bola para questões técnicas, seria bom que os candidatos – todos eles – falassem em alto e bom som até o dia 16: “Serei candidato no futuro então peço seu voto mais adiante”.

O taxista lisboeta

O Brasil está cheio dessas pequenas hipocrisias e expressões dúbias. Certa vez, estava eu em Lisboa a bordo de um táxi junto com o jornalista Políbio Braga e esposa. Assim, meio de graça, Políbio disse ao taxista que o português de Portugal era ruim.

O homem se encheu de brios. Logo eles que têm orgulho da língua. O taxista olhou pelo retrovisor e falou.   

– Ruim é o português falado no Brasil, onde pois sim quer dizer não e pois não significa sim. 

Alguém aí discorda do portuga?

Governador

As primeiras pesquisas para governador gaúcho mostram Eduardo Leite bem à frente dos demais, incluindo o segundo colocado Onyx Lorenzoni, assim-assim com Bolsonaro. Nada mal ter 19%, mas suspeito que seja teto e não piso. Esse é o problema das primeiras pesquisas.

Olívio Dutra, do PT, é candidato a senador bem à frente dos outros concorrentes, com 25% das intenções de voto.

É seu prestígio pessoal somado ao voto cativo do PT no estado, que sempre foi em torno desse percentual, pouco mais, pouco menos. O porém de sempre é que, assim como pesquisa é retrato do momento, outros candidatos a governador ou ao Senado têm espaço para crescer eis que muitos eleitores amadurecem seu voto como se assa um costelão, bem devagar. Só na hora de por a mesa é que ele é servido.

O primeiro milho é dos pintos, diz um ditado gaúcho. Tem muito galinheiro pela frente e muita galinha que canta, mas não bota ovo.

Perguntinha

Lula prometeu que, se eleito for, o povo vai voltar a viajar de avião. Será que ele combinou com as empresas aéreas?

Se vai, até agora não foi

Agora, sim, o povo vai estar nas ruas, nos decalcos dos carros, vai encher comícios. Foi o que li em um jornal. Sei não se vai ter esse entusiasmo todo.

Pode ser que a militância vá às ruas, mas o eleitor comum? E quantos decalcos em carros o amável leitor observou até hoje? Em eleições passadas, especialmente nos anos 1990, antes da largada oficial era difícil não ver um carro embandeirado e com adesivos. Hoje é difícil ver um com.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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