O carnaval de hoje e de ontem

22 fev • NotasNenhum comentário em O carnaval de hoje e de ontem

não se faz mais música de carnaval como antigamente

Assisti uma parte do desfile das escolas de samba na Marquês do Sapucaí, logo eu que não sou fanático de curtir esse tipo de evento. Mas não devo deixar de acompanhar os desdobramentos do Carnaval por uma questão profissional.

Goste ou não, eu estou firme no posto de observador. O que vi e ouvi nas primeiras escolas poderia ser gravação de desfiles de anos anteriores.

https://cnabrasil.org.br/senar

Claro, eu não sou carnavalesco e vejo os detalhes cristalizados no tempo sem fazer comparações precisas entre uma e outra. A primeira coisa a notar, neste ano e em anos anteriores, é que não tem samba, a rigor são marcha-rancho, como pode atestar qualquer crítico musical. O arrastar monótono dos figurantes e as longas letras com melodias pobres contrastam com os samba-enredo (vá lá…) com as escolas até os anos 1980.

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Vão me dizer que não entendo de escola de samba. O que eu entendo, e não preciso acompanhar as baterias ao longo do tempo, pode ser resumido de forma simples. Música é uma sucessão de sons agradáveis aos ouvidos, e isso não acontece. Evidentemente que o som da Rede Globo, ou dos áudios das gravações, não são de primeira, e nem poderiam ser.

O passado vos condena

Mas me diga uma coisa: por que até os anos 1980 o povo cantarolava estes sambas-enredo semanas antes do desfile e continuava cantando até meses depois do Carnaval e hoje isso não acontece mais?

Resposta é simples, não se fazem mais músicas como em outros tempos. A qualidade musical pobre, paupérrima, não é só durante os quatro dias e neste ramo. A música em geral, especialmente a dirigida aos mais jovens, é de fundir o pavilhão auricular.

Quem quiser que cante outra, essas não emplacam no meu e no de muita gente mais. São barulhos em cima de ruídos, com as exceções de sempre.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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