O capote do Eugênio
Certa vez, um empresário com um pé na colônia contou em roda de chope que mudara de praia.
– Cansei daqui. Agora veraneio em Pombinhas.
– Bombinhas – corrigiu um corajoso.
– Mas o que foi que falei? Pombinhas, ora!
Mas era na política que o sotaque alemão mais causava estragos. O hoje PP ou Progressistas foi PDS e antes foi PPB, porém vitimado pela mortalidade infantil. Quem teve essa ideia seguramente entendia nada de alemão e da dificuldade no P e B, habitualmente trocados. Alemão da COLONHA só não troca uma pela outra quando estão juntos, daí que PP ou BB não tem erro. Já o R era problema.
Mas PPB, nossa mãe, foi um desastre vernacular teuto. Quando os caciques anunciaram essa possibilidade, eu logo pensei, isso não vai dar certo. Tirei a dúvida com o Oswino, cabo eleitoral que entendia tudo de política no interior germânico.
– Diz cá uma coisa. Como se fala o nome do teu novo partido?
– Bebepê.
– Peraí. É pepebê.
– Erado. É bebepê.
Também teve o caso do velho Eugênio Gasparotto, figura dos anos 1970, com vasta cabeleira branca, sempre elegante de terno e gravata importada, que vendia panos finos do Dabdab. Certo dia, tentou vender um tecido para sobretudo, ou capote e capotão para o polaco Pedruva. Este correu o tecido entre os dedos. Fez um muxoxo de desconsideração.
– Capotom com esta cor non, já tenho um capotom marrão.
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