O caminho da vigarice

21 jun • NotasNenhum comentário em O caminho da vigarice

Realizar pagamentos via boleto ainda é um costume de uma parcela considerável da população. Isso mesmo após o lançamento do PIX e facilidades ofertadas pelas operadoras de cartões de crédito. 

Favorecendo-se deste hábito, criminosos refinam os golpes do falso boleto. A ocorrência desses crimes aumentou 45%, de acordo com dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Os ingênuos de sempre

OK. Mas nem todo mundo vai nessa esparrela. São os ingênuos de sempre que acreditam em humanidade e bondade – ela só existe como exceção.

https://promojogajunto.banrisul.com.br/?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=p_blog&utm_campaign=campanha_joga_junto&utm_content=escala_600x90px

Esse quadro é terreno fértil para os amigos do alheio, que são bons de lábia e sabem como entrar na couraça dos desconfiados. Dariam ótimos terapeutas. Não é para qualquer um. Isso posto, vamos ao Pix e Ted.

Saudades do papel

Com esses meios de pagamento eletrônico, até órgãos públicos, como secretarias dos governos municipais e estaduais, não deixam alternativa para o contribuinte pagar. Isso leva a outro drama.

Você e eu conhecemos um bocado de gente que se atrapalha no manuseio do celular e não sabe como enviar dinheiro por estes canais. Até porque nem todos têm computador ou smartphone.

É uma crueldade que fazem com eles, especialmente entre os idosos. Às vezes entendo quem foge do digital.

A Era da Crueldade

Quem faz a cabeça dos titulares do ritmo dos órgãos públicos costumam ser nerds sem noção da vida real, da via nos grotões, nas vilas e subúrbios. Esses gênios acham que, assim como eles sabem o caminho das pedras – porque nasceram no meio delas, todos conhecem ou deveriam conhecer. Que erro colossal, minha Nossa Senhora dos Contribuintes!

https://cnabrasil.org.br/senar

Tô nem aí

Esse quadro triste é ainda maior porque não vejo nenhum vereador, deputado estadual ou deputado federal se interessar pelo assunto, embora sejam pagos para  atenuar ou resolver  pepinos dos que os elegeram. Mas que nada.

Suas Excelências estão de olho na reeleição e brilhatura pessoal, com as exceções de sempre. Outros não têm uma assessoria diligente que lhes chame atenção.

A turma do elogio

No Brasil,um assessor só elogia o patrão e evita lhe dar dor de cabeça ou preocupação. “Chefe, o senhor é o rei da cocada branca, o senhor é um gênio! blá blá blá.”

E assim vamos alargando o fosso entre o eleitor e o legislador. Não à toa o eleitor bota os partidos e políticos em geral mais para baixo que barriga de cobra.

Poncho no rio

Nos meus 55 anos de jornalismo e pelo menos 38 de colunista, fiquei rouco de tanto chamar a atenção dos nossos parlamentares. Em vão. Se um que outro pegou o recado, é um grão de areia no deserto de homens e ideias. É duro nadar de poncho contra a correnteza.

Comércio religioso

Com todo o respeito, nós gaúchos gostamos de comer sempre o mesmo prato. Depois do Cristo de Encantado, pelo menos mais uma dezena de cidades bebe na mesma fonte, maioria de Cristos gigantes. Assim, vai deixando de ser novidade. Agora estão criando monumentos e até bairros em forma de outros símbolos religiosos, como o Rosário.

Passa longe da devoção pura e simples. É um negócio que dá muito dinheiro para quem empreendeu ou pelo preço da entrada. Seja pelo que vem da cadeia do turismo religioso na forma de quadros de fotos para parede, objetos, miniaturas, santinhos etc.

De um jeito ou de outro, sempre tem muito dinheiro envolvido. Mas atenção: não critico a religiosidade das pessoas. Apenas digo como o mundo (e as religiões) se movem.  Se as chamadas seitas religiosas correram na frente, a católica foi atrás. Incluindo padres-cantores, padres-espetáculo quando rezam missas.

Os chamados evangélicos copiaram dos luteranos uma nova visão de Deus; que não é punitivo como o Deus católico. Inclusive ele quer que você ganhe dinheiro.

O católico quer que você se exploda no inferno se não andar na linha. Mesmo que você tenha nascido sem saber que ela existe. Caso do pecado original de Adão e Eva.

É como ficar devendo no crediário sem ter feito uma compra.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »