Notas
O mundo em 100 anos I
O psicanalista e jornalista porto-alegrense João Gomes Mariante festejará seus 100 anos de vida nesta segunda-feira, na Casa do Marquês, a partir das 19h30min. Mariante é colaborador do Jornal do Comércio e mantém-se em plena forma. Como se diz na Brigada Militar, “positivo e operante”. Pus-me a pensar o que o velho guerreiro já passou em um século. Quando ele nasceu, meu pai era marinheiro em um caça-minas da marinha imperial alemã na I Guerra Mundial.
O mundo em 100 anos II
Com 21 anos, viu como da II Guerra Mundial e, com 32, a Guerra da Coreia. Pegou os anos 1950 na flor da idade, quando o Rio de Janeiro ainda era a Cidade Maravilhosa e Porto Alegre tinha a alcunha de Cidade Sorriso. Foi amigo de Getúlio Vargas (escreveu o perfil psicológico de GG recentemente). Nos anos 1960, assistiu às turbulências político-institucionais brasileiras, a minissaia, os Beatles e Woodstock e o divisor de águas do século XX, o ano de 1968, com mudanças bruscas em todo o mundo, como a revolução sexual, a TV por satélite no início dos 1970. E mal entrava na casa dos 50 anos.
Isonomia
Ainda estou perplexo com a decisão do STF de deixar fora da cadeia mulheres condenadas que tenham filhos menores. Em vez de melhorar os presídios, estão soltando as presas. E logo eu que jurei nunca mais ficar perplexo. Só que agora me ocorreu o seguinte: como a isonomia está na moda, é possível que os homens condenados com filhos menores queiram a mesma regalia concedida por suas excelências.
E se pedirem e tiverem uma operador de Direito habilidoso, levam.
Fiasco petrolífero
Sabem quanto custou o Sambódromo no Porto Seco de Porto Alegre? R$ 40 milhões, segundo o ex-prefeito José Fortunati. E nem ficou pronto. Partiu de R$ 10 milhões para chegar a esse valor – e sem ter carnaval. Mesmo os carnavalescos criticam a localização, é longe de tudo. Melhor como era antes, na avenida Edvaldo Pereira Paiva.
Era só montar e desmontar as arquibancadas. Pior foi como conseguiram o dinheiro. Nos anos 1990, a prefeitura vendeu uma poupança de ações da Petrobras para chegar a esse fiasco.
Hora da saudade
Ando com muita saudade do meu pai, muita. E me bateu uma melancolia pela falta que ele me faz. Deveria ter conversado mais com ele, ah se deveria! E quando ele, certa vez, ouviu a música deste link abaixo, chorou ao lembrar seus velhos camaradas que morreram na I Guerra Mundial, longe de casa, vivendo um inferno só amenizado pelos companheiros de guerra, os únicos que se compreendiam uns aos outros, restando-lhes apenas o lamento do tudo perdido.
Eu tinha o quê, 10 ou 12 anos, mas a melodia Der Fremdenlegionär nunca mais saiu da cabeça. Há uns bons anos, eu a recuperei nas vozes do maravilhoso Coral Santa Helena. Cá está ela, meu pai querido.