Mundo, triste mundo…

16 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em Mundo, triste mundo…

…se meu nome fosse Raimundo seria uma rima e não uma solução. Os versos de Carlos Drummond de Andrade.

Sempre insisto em chamar atenção sobre como éramos ingênuos em décadas passadas. No meu entender, o Brasil (e mundo) começou a mudar para pior na segunda metade dos anos 1960.

Aos poucos, abriram-se as portas do inferno. E hoje estamos metidos até o pescoço nessa areia movediça da qual ninguém escapa.

Vou exemplificar usando o tema “cigarro”, por mais desprezível que seja esse vício. A Organização Mundial da Saúde diz que sua dependência é igual à da heroína injetável. Antigamente fumar era bonito…

Bueno, voltando ao assunto. Entre outros costumes daqueles tempos, era evitar que o dinheiro saísse voando do bolso sem motivo considerável… 

Até filar cigarro era uma atitude abominada. Mesmo pedir fósforos ou isqueiro. Porque custava dinheiro. Quando se ficava sem isqueiro ou fósforos, acontecia o seguinte diálogo.       

– Me empresta o fogo?      

– Não empresto, dou. Porque não vais me devolver.

Essa é a razão do versinho que trato no vídeo. No fundo, o sentimento é de poupança e não pão-durismo. O dinheiro não se multiplica, sabíamos melhor naquelas época que hoje. Então usei esse exemplo.

Esse versinho bobo também mostra o quanto éramos ingênuos. Essa condição só é observável quando se vive o bastante para comparar a velocidade das transformações. E essas mudanças que levavam décadas, agora estão acontecendo em um par de anos, se tanto.   

Assim será até batermos no Grande Muro. Parada total. O futuro não existirá mais.

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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