E adianta?
Se existe um exercício de quase inutilidade – digo quase para ser misericordioso – é a tal campanha de conscientização sobre isso ou aquilo. A última é conscientizar os homens sobre a violência contra as mulheres.
De boas intenções o inferno está cheio já disse alguém. Os homens decentes não precisam dessa campanha. E os malvados seguirão usando dessa violência.
Na maioria das vezes, são apenas gastos com papel, vídeos, peças publicitárias. Não passa semana sem que alguém peça campanha de conscientização pelo destino correto do lixo. Aponta-me uma pessoa que não saiba disso. Nenhuma campanha vai transformar sujismundos em limpinhos.
Em uma empresa que vou com alguma frequência, a secretária me aponta as duas latas, a de rejeitos orgânicos e os recicláveis. Mesmo que os funcionários desta empresa tenham – todos eles – diploma universitário, jogam porcarias nos recicláveis e vice-versa. Diga-me qual campanha adianta para mudar aquilo que eles sabem desde a infância.
Um povo é limpinho e educado ou não é. Prova que somos um nação de sujismundos você vê nas lixeiras, nas paredes pichadas, no largar displicente de restos de alimentos no meio-fio, mesmo que tenha lixeira à vista. Aliás, são poucas.
Individualmente, é possível conhecer a educação de uma pessoa observando como come. E não falo de etiqueta; falo do simples ato de comer. Coletivamente é como esse povo se comporta na travessia das ruas, quase sempre fora da faixa de segurança ou com o sinal verde para os carros.
Toda essa desobediência civil deriva do individualismo brasileiro. O outro que se ferre, mesmo que tenha razão.
Nunca se faz uma Nação desse jeito. Não temos disciplina nem vontade de tê-la.