Do papel para os pixels

4 jan • NotasNenhum comentário em Do papel para os pixels

É comum os jornais se orgulharem do número de acessos na versão digital, muuuito maior que a leitura da versão impressa, então falam em milhões de leitores. Quero humildemente mexer esse sopão com minha colher torta.

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Em primeiríssimo lugar, acesso não significa leitura. No impresso, sejam assinantes ou quem compra jornal avulso, o cara se obriga a ler o conteúdo porque pagou por ele, e bem mais que no digital. Em resumo, tá na mão do artista.

Minhoca no anzol

O que tenho observado com este blog e por experiência acumulada na internet, se não tiver uma minhoca bem gorda no anzol o internauta não vai adiante. Em regra, o número dos que não clicam, não rolam a tela é infinitamente menor que os que leem a versão em papel.

https://cnabrasil.org.br/senar

Rumamos para a digitalização total da ideia, enquanto os jornais impressos devem morrer aos poucos. Infelizmente, preciso dizer. 

Se o brasileiro lê muito pouco, e cada vez menos, a informação disponível será cada vez mais ignorada. É a ditadura dos 140 toques.

A esquina esquecida

É forçoso reconhecer que jornais generalistas como os de hoje não conseguem cobrir uma fração do que está rolando na aldeia. A tese é tudo sobre  China, nada sobre a esquina, como sempre digo.

Jornal tem limite físico, mesmo o digital que pode “gastar” mais tempo, mas a pobreza das redações devido à falta de anunciantes torna inviável uma volta ao passado, quando eles tinham até setoristas da Assembleia Legislativa, editorias de Ensino, de Trânsito, da Câmara de Vereadores entre outras.

Complexo de umbigo

Dito isso, sempre lidamos com o que chamo de Complexo de Umbigo, síndrome que faz a cidade grande ser o epicentro do mundo. O interior, seus problemas e casualidade, parecem ser de outro planeta, agravado por que eu chamo de lavoureiros e criadores de asfalto.

Estes dão palpite sobre tudo sem conhecer nada do campo. Ou se valem de fontes que não necessariamente são confiáveis ou são confiáveis só em parte, de acordo com seus interesses.

Hoje, a informação é “pesqueira”: Todos querem vender seu peixe.

Pizza de vinagre 

Algumas pizzarias botam azeitonas em conserva de vinagre que  pode ser chamada de Pizza de Vinagre, tal a contaminação. Uma delas em uma panela já grita “presente!”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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