Do jeito que está…

11 maio • NotasNenhum comentário em Do jeito que está…

…o Brasil não tem jeito. Nenhum presidente conseguirá governar sofrendo ingerência do Supremo. A separação entre os poderes formalizado pelo Barão de Montesquieu adquiriu um formato grotesco. O Legislativo fica de cócoras, pronto para quebrar a vidraça do Executivo ou se esconder embaixo da saia da mamãe andrógina, o mesmo STF.

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Seria preciso reforçar o arranjo constitucional através de uma Constituinte para restabelecer fronteiras menos porosas e juntar cacos a fim de eliminar distorções. Mas quem vai dela fazer parte? Os atuais legisladores, um conjunto de notáveis, um time misto com integrantes dos três poderes? Eleger uma constituinte traria os caciques dos partidos a jogar os dados. A roleta já  nasceria viciada.

Tudo é uma incógnita, mas uma coisa é certa. Se couber ao Congresso a missão seria trocar seis por meia dúzia. Cachorro não larga osso.

Distritão & distrital

Como tudo está como o diabo gosta, vozes se levantam para propor outros sistemas eleitorais, como distrital, distrital misto e, agora, o tal de distritão. Este último é interessante. Vereadores e deputados seriam eleitos pela soma total dos votos recebidos e não mais pelo voto em legenda, no meu ver uma aberração. Hoje temos ou já tivemos vereadores com menos de mil votos para cidades como Porto Alegre com um milhão de habitantes.

Como na educação, mudanças na legislação eleitoral tem que começar por baixo. Mas existe um senão nessa história: precisa mudar a cabeça dos candidatos. E aí, mermão…

Ou talvez…

…nossa vocação seja mesmo essa. Navegar em meio à procela convivendo com ondas gigantes de imprecisão e ineficiência, vivendo aos trancos e barrancos à procura de uma normalidade indistinta. Criança, não verás país nenhum como este. Saudemos pelo menos as coisas que ainda estão funcionando.

Estraga-prazeres

Não dá para ser feliz na tele-entrega. Raras vezes a comida  chega quente e, na maioria das vezes, requentá-las estraga o sabor original. Com o frio, a maldição é total. Então chegamos ao paradoxo: o homem inventou o fogão, o forno e o micro-ondas para alterar o gosto da comida que tanto amamos.

A vingança

De tanto ser mutilada, a natureza não reclama, ela se vinga. Detesta a humanidade a tal ponto que tenta destruí-la com todos os exércitos de que dispõe, incluindo suas tropas invisíveis a olho nu, como os vírus e bactérias, e pelos aterradores desastres naturais. É bem possível, provável até, que seja uma destruição mútua.

Essa guerra final fomos nós que começamos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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