De volta ao passado
Até meados dos anos 1970, a reportagem policial era muito atuante. Eu mesmo, vocês sabem, comecei como repórter policial na madrugada na ZH no tempo da redação na Sete de Setembro. O problema é que a classe média passou a detestar esse tipo de notícias. Jornal que torce e sai sangue, era o mote.
Os jornais comuns davam um mínimo de destaque para o noticiário policial, mas não dava para fechar os olhos para crimes de maior relevância. Então, era o fio da navalha. A Zero Hora, filha da Última Hora, tinha foco na polícia, mas quando cresceu queria se desvencilhar dessa incômoda imagem. Só conseguiu a partir da metade dos anos 1970. Acho que por obra e graça de Marcos Divoskim, diretor do hoje poderoso rotativo.
Passaram-se os anos e o que vemos hoje? A maioria dos jornais não consegue sair do noticiário policial, seja pela comunidade em aumento ou pelos crimes de colarinho da Lava Jato & Corrupção. Voltamos aos anos 1960. Com a diferença que muitos jornais se transformaram em polícia.
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