De quatro em quatro
Mais uma eleição, mais críticas sobre o imperfeito sistema eleitoral brasileiro. Não é de admirar que a trajetória deste País se dê aos trancos e barrancos. Pois se não temos nem um modelo eleitoral se não perfeito com menos imperfeições? O assunto tende a ganhar corpo em 2018, na eleição presidencial. De tempos em tempos, surge a bandeira do parlamentarismo, mas numa sociedade instável como a nossa, sei não. Talvez de tivesse vingado quando a tivemos de forma embrionária, nos anos 1960.
A dura realidade é que os governantes brasileiros nos três níveis só governam efetivamente em dois anos. O primeiro é gasto para tomar pé na situação, o segundo para arrumar a equipe e acomodar as melancias no caminho; no terceiro governa-se ou desgoverna-se; no quarto, é ano eleitoral e a única dúvida é se o café segue quente ou será frio.
A ideia de fazer eleições simultâneas, coincidentes em todos os níveis, é convite ao marasmo. Como me referi acima, só teríamos dois anos efetivos para fazer a máquina andar. De quatro em quatro anos, o fato é que andamos de quatro.