Cordialidade na comanda

1 dez • NotasNenhum comentário em Cordialidade na comanda

Publiquei esta foto na página 3 do Jornal do Comércio, comentando que, às vezes, achamos que a cordialidade abandonou este país. Mas há peças de resistência, caso da atendente do Armazém-Café  43, na 24 de Outubro. bairro Moinhos de Vento de Porto Alegre, que adiciona à comanda uma singela mensagem que tem o dom de fazer sorrisos se abrirem. Não custa nada, mas o retorno é grande. Simpatia atrai simpatia.

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Ontem fui novamente fazer meu lanche no 43. Logo que entrei, a atendente veio falar comigo com lágrimas nos olhos, dizendo que eu não tinha ideia do quanto a foto alegrou seu dia, dela e dos donos do lugar.

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Uma moradora mostrou a eles a página que faço no JC cedo de manhã. Vou dizer uma coisa: vocês não sabem como a alegria por mim causada aos outros me alegra também. É o maior salário que existe.

O iceberg do dinheiro

Na Itália, as transações de organizações criminosas que foram descobertas fazem parte do PIB nacional. Tudo é dinheiro, afinal de contas, bem ou mal havido. É hipocrisia negar que o dinheiro do submundo não tem cadeia “produtiva” como na economia honesta, digamos assim.

https://cnabrasil.org.br/senar

Não se trata de ser a favor ou desprezar a mortandade que causa, lares destruídos etc. Mas, não se pode ignorar que, por baixo dos panos, um volume enorme de dinheiro gira em todo mundo. Dinheiro que, por sua vez, é aplicado na economia formal, lavado e passado na lavanderia inocente, que funciona como máquina de lavar roupa. Entra suja e sai limpa.

Os flutuadores

Embora seja um cálculo difícil de fazer, até porque o submundo é a parte submersa de um iceberg, é minha opinião que, mais cedo mais tarde, ele será volume maior que a parte saliente dele.

O papel social da “zona”

Embora eu entenda que alguém vá reclamar tipo “como podes pensar numa coisa dessas?”, as casas noturnas de garotas de programa, a “zona” das pequenas e médias cidades do interior, deveriam ter juro zero quando precisarem de capital. É a maior e mais rápida distribuição de renda que existe, sem intermediários. Tira dos ricos ou da classe média para as pobres.

A  vovó tinha razão

Ao revirar a despensa das donas de casa nas regiões de colonização alemã no  RS até a década de 1970, observa-se que as refeições eram cozinhadas ou fritas com banha de porco, que era chamada de ouro líquido na década de 1920 e 1930. A gurizada se fartava com gemada e “schmier” de ovo.

Veio o movimento natureba nos anos 1990, e a banha e o ovo foram condenados por supostas overdoses de colesterol. Uma década depois, nutricionistas e pesquisadores concluíram que eles não eram agentes do mal, bem pelo contrário. O colesterol é absolvido pelo corpo e se transforma no bom,  o LDL.

Então, desconfie de Santas Inquisição de alimentos ingeridos no século passado e desconfie de alimentos como a margarina, por exemplo, que foi feita para ser lubrificante. A prova dos nove é deixá-la aberta fora da geladeira por semanas. Nenhuma mosca pousa nela.

Um bilhão de moscas não podem estar erradas. Jogue fora ou use na correia de bicicleta, coma manteiga. Essa é boa. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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