Complicações nos relacionamentos na quarentena

24 jun • ArtigosNenhum comentário em Complicações nos relacionamentos na quarentena

*Por Elizandra Souza

A presença do outro, em excesso, é sempre sentida como uma invasão. Como se a pessoa perdesse um pouco de si mesmo e até não se reconhecesse, pelo tanto que o outro existe. Na quarentena os casais estão excessivamente juntos ou demasiadamente separados, as duas situações podem ser problemáticas, quando os motivos para ficar juntos ou separados se tornam ‘sem sentido’

A quarentena mudou a forma de se relacionar com as pessoas. O uso da internet que aparentemente aproxima, gerou um cansaço maior em função da disponibilidade excessiva. Ainda que as pessoas conversem muito pelas redes, o relacionamento parece ser sem intimidade ou compromisso.

Já os casais que estão sob o mesmo teto desde o início da quarentena têm reclamado muito da falta de privacidade e de momentos mais individuais. “Pode não parecer muita coisa, mas os momentos onde a pessoa consegue estar consigo mesma, ainda que rodeada de outros, como num ônibus, faz bem para a saúde psíquica, pois permite que a pessoa pense em si e nas suas coisas, sem a demanda do outro, sem ninguém pedir nada para ela”, afirma a psicanalista Elizandra Souza.

A distância faz os casais sentirem mais saudades e com isso tenham vontade de se ver, de dividir, estar junto, o que sugere um tipo de movimento para construção de um relacionamento. Porém, com a quarentena e a aproximação demasiada, enxergamos coisas que antes não dávamos importância e temos que conviver com ‘defeitos’ muito complicados, que anteriormente eram encobertos.

As relações na quarentena mudaram a forma como nos vemos e vemos os outros, bem como a forma como lidamos com os impasses e conflitos de estarmos sozinhos ou juntos.

*Psicanalista

ATENÇÃO: As opiniões publicadas em artigos não necessariamente são as do editor deste blog.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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