Candidato pobre é ficção

26 ago • NotasNenhum comentário em Candidato pobre é ficção

Quem tem padrinho não morre pagão, diz o ditado. Quem não tem padrinho na distribuição do Fundo Eleitoral e do fundo de campanha morre na praia. Sem dindim, candidato não vai além.

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Se a distinção que me lê pretende ser deputado federal, vai precisar – no mínimo do mínimo – de uns R$ 400 mil. Se tiver gabinete, no exercício do mandato, um pouco menos. No Brasil, até para ser candidato pobre precisa de dinheiro.

Baleias e sardinhas

Lula terá R$ 66 milhões para sua campanha, Bolsonaro em torno de R$ 10 milhões menos. E vão gastar tudo e ainda se endividar. Como partido,  ele não é cobrável. Fornecedores e pessoas contratadas que não cobraram antes podem ficar no pincel. 

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Agora, imagina quanto ganha um candidato a deputado estadual por uma região pobre do Nordeste. O critério é: tem que ser bom de voto, aí é cabeça de baleia, quem é um ilustre desconhecido é rabo de sardinha.

Árvores sem galhos

Por isso que os partidos de esquerda apostam sempre nos mesmos candidatos. Por isso não há renovação… Digam qual deles não tem os mesmos nomes que já estavam na pedra há mais de 20 anos.

Sempre foi assim com siglas de esquerda. Tanto que o PT só tem Lula e, por insistência, Fernando Haddad, em São Paulo. O PT não tem um bom nome e potencial de votos nem para vice de Lula.

Já na bicharada…

Animais em extinção têm muitos padrinhos. Para ficar só nos que vivem na água, baleia tem padrinho, tartaruga tem padrinho. E conseguem escapar da extinção. Provisoriamente.

Rinocerontes estão desaparecendo e até o leão, que é igual a coelho, vê a família diminuir cada vez mais. No ar, águias e aves de grande porte têm simpatia geral.

O bico político

No ar, tucanos correm risco no habitat natural. Mas o tucano político é igual aos partidos de esquerda. Botou o bico para fora é bicado pelos colegas do ninho. Muitos foram expulsos. O curioso é que os sobreviventes têm que ter padrinhos.

Em resumo, o ente mais indispensável nesse planetinha é o padrinho. Sem ele, nada funciona.

As cercas puladas

Há tempos, a psicóloga francesa Maryse Vaillant assumiu o papel de advogada do diabo para analisar a relação dos homens com a fidelidade. Avaliou casos de pacientes que fossem exemplos de fidelidade e infidelidade extremas para, desta forma, traçar diferentes perfis de homens.

Isso feito lançou o livro “Os homens, o amor e a fidelidade” (Best Seller). A autora chegou a categorias como o monogâmico mentiroso, o monogâmico infiel, o monogâmico cativo, o monogâmico perdido, o poligâmico ansioso, o poligâmico infiel, o poligâmico indeciso, o poligâmico fiel e o poligâmico resolvido.

Tudo isso para definir o que o povo simplesmente chama de pulador de cerca. Maryse agora precisa classificar as cercas. Altas, baixas, espinhosas, de arame liso ou farpado, bem aí já é com ela de novo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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