Bucha de canhão 

28 fev • NotasNenhum comentário em Bucha de canhão 

A guerra avança, líderes mundiais a fazem ou a condenam no conforto dos seus gabinetes e bunkers. Enquanto isso, o povo,  ucraniano no caso, vê sua vida destruída, e o futuro entre a miséria, morte e fome. E é em nome dele que se cometem atrocidades.

Questão maior

O que realmente precisaríamos saber é se o Kremlin contava com toda essa resistência ucraniana e a forte reação da Europa, inclusive a da Alemanha. Militares costumam traçar cenários assim como economistas traçam cenários, um otimista, outro médio e um terceiro pessimista. Em qual deles o autocrata Vladimir Putin acreditou?

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Nunca saberemos ao certo, mas talvez ele não contasse com a solidariedade inclusive militar, a ressurreição da NATO, a entrada da Alemanha na briga e o fornecimento de armas. Putin poderia ter no seu cenário a reação norte-americana por óbvio, mas bloqueio de contas de bancos e bilionários russos. Entretanto, a Rússia tem 720 bilhões de dólares de reservas cambiais mais 50 bilhões em ouro. Mas cortar o Swift, o PIX de um país?

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De qualquer modo, os EUA estão longe. E afora fornecer armas, não há até agora intenção direta de mandar frotas para fortalecer a NATO (ou Otan) com elas. De resto, a ameaça de retaliar a Suécia e a Finlândia embute um segundo e terceiro fronts, o pesadelo dos generais. Vide Hitler.

Por último…

Invadir um país é uma coisa. Mas manter essa ocupação por anos com tropas e equipamentos sujeitos à guerrilha e sabotagens dos invadidos, aí o furo é mais embaixo. Quando não entra dinheiro novo, o caixa esvazia  rápido.

O que se passa na cabeça dos bilionários russos e a máfia russa? Guerras são ruins para os negócios, já diziam os mafiosos americanos em 1930. Patriotismo? Dinheiro não tem pátria.

Porém…

Também pode ser que Putin tenha avaliado e considerado o pior cenário. Incluindo as reações como referido acima, e talvez até piores que o mais pessimista. Acredito que não saberemos mesmo que Putin diga que contava com todas essas adversidades. Ainda mais com a censura aos meios de comunicação. Como na antiga União Soviética.

Voz de comando

Um idoso folgazão e bem-humorado tem como hábito tirar sarro dos outros em cafeterias da rua Padre Chagas. Quando não é com os outros é com ele mesmo. Outro dia chegou perto da sua BMW e falou em voz alta.

– Abre, panaca.

As quatro portas destrancaram.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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