Barbas de molho

12 ago • A Vida como ela foiNenhum comentário em Barbas de molho

Ganhei meu primeiro barbeador elétrico em 1972, presente de Natal. Era um Phillips Shave mais eficiente que projeto de alemão. Como minha pele é muito sensível, só usava barbeador comum em ocasiões especiais. Durou anos e anos. No início dos anos 1980, achei por bem trocá-lo. Estava funcionando e barbeando bem, e sabem por que a troca? Porque fui um idiota. Meio idiota, porque  não sabia o que viria pela frente.

Os anos se passaram e fui notando que as lâminas desgastavam cada vez mais rápido. As trocas eram de dois em dois anos, depois de ano em ano. Maldita obsolescência programada.

Fui na conversa das lâminas novas, que custavam 70% de um novo. Depois mandei afiá-las. Não adiantou. Já me sentia um otário completo. Desisti de enjambrações em meados dos anos 2000. E passaram a cortar mal a barba, irritavam a pele. Um dia vi o “Made in China”. Entendi tudo.

Deve ser porque chinês tem pouca barba, pele mais lisa que bunda de nenê. Ó Senhor, o que fiz de errado? Como? Ah, entendi, eu deveria ter comprado um barbeador elétrico alemão. Só que eles são caros, Senhor. Como? Entendi…Quem manda eu ser pelado.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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