Barbas de molho
Ganhei meu primeiro barbeador elétrico em 1972, presente de Natal. Era um Phillips Shave mais eficiente que projeto de alemão. Como minha pele é muito sensível, só usava barbeador comum em ocasiões especiais. Durou anos e anos. No início dos anos 1980, achei por bem trocá-lo. Estava funcionando e barbeando bem, e sabem por que a troca? Porque fui um idiota. Meio idiota, porque não sabia o que viria pela frente.
Os anos se passaram e fui notando que as lâminas desgastavam cada vez mais rápido. As trocas eram de dois em dois anos, depois de ano em ano. Maldita obsolescência programada.
Fui na conversa das lâminas novas, que custavam 70% de um novo. Depois mandei afiá-las. Não adiantou. Já me sentia um otário completo. Desisti de enjambrações em meados dos anos 2000. E passaram a cortar mal a barba, irritavam a pele. Um dia vi o “Made in China”. Entendi tudo.
Deve ser porque chinês tem pouca barba, pele mais lisa que bunda de nenê. Ó Senhor, o que fiz de errado? Como? Ah, entendi, eu deveria ter comprado um barbeador elétrico alemão. Só que eles são caros, Senhor. Como? Entendi…Quem manda eu ser pelado.