As paixões da Família Tramontina
Ao falar sobre a história da sua família e empresa em Carlos Barbosa, no Tá na Mesa da Federasul, Clóvis Tramontina se revelou um belo contador de histórias. Entre elas, falou da paixão do seu avô Valentin por sua avó Elisa. Ele percorria 40 Km no lombo do cavalo para encontrá-la. “Isso sim que é paixão”, comentou. É verdade, é paixão pra mais de metro. Paixão quilométrica.
Outra paixão de Clóvis é contar como uma pequena empresa que fabricava manualmente enxadas, foices e facas transformou-se numa potência mundial. Seus produtos são comprados até em pequenas cidades dos Estados Unidos.
Os contadores de números
A maioria dos empresários que narram a história das suas empresas atém-se à feira dos números, quanto faturavam, quanto faturam, número de empregados etc. Deviam contar a história humana do seu negócio. Números podem ser enviados por e-mail. Números têm a mesma sensibilidade de uma retroescavadeira.
Sempre repito que a imprensa desaprendeu a contar histórias. Por árido que seja o tema, sempre tem uma. Certa vez, li a história da Xerox na revista Business Week. Parecia um conto policial daqueles que não se larga antes de chegar ao fim, tão bem escrito que era o texto. Isso nos faz falta. E aposto que, se os jornais tivessem esse foco, não faltariam leitores.
Vejam o caso que mencionei ontem. Duas semanas com os jornais falando de PEC dos precatórios, tricas e futricas insossas. Só sabemos falar de governo. Em feriados e finais de semana, rescaldo das notícias… de governo.
Como quando acontece uma tragédia. Geralmente, terminamos culpando… o governo.
Mando e comando
Acho graça quando dizem que o governo não devia se meter tanto na nossa vida. Ao contrário, nós é que vivemos metendo o governo no meio. Os jornalistas, bem entendido, sob mando e comando dos donos dos jornais, rádios e televisões. Resultado: estamos contando a história como ela não é.