A volta do exorcismo
Assuntos que envolvem fé ou religião sempre me desestabilizam, me surpreendem até, é uma coisa incompreensível, para mim é claro. Fé você não escolhe, pelo contrário, ela te escolhe. Você nunca a viu, existe, mas se você quiser tê-la não consegue. Comprar não pode, alugar, pedir emprestada muito menos. Se o criador não a deu é porque não queria que você tivesse… aquela mesma fé que deu aos outros.
No caso, todos nós sabemos da religiosidade dos poloneses, é o país mais católico da Europa (93%), mais que a Espanha e Itália, o que aumentou a minha surpresa quando li sobre exorcismo. Há pouco tempo estivemos lá, há 4 anos havíamos estado também em cidades diferentes, mas sempre gostamos e muito.
Agora leio da correspondente do Globo em Berlim, uma matéria que ela titulou: exorcismo em massa. E agora? Em que acreditar? Eu ainda tenho na mente um padre bem articulado e com sotaque de hispano hablante dizendo: esto no existe! E agora? Em quem eu devo crer?
Diz a Graça Magalhães com toda a credibilidade que o jornal lhe concede:
Dez anos após a morte do Papa João Paulo II, a Polônia, seu país natal, vive uma onda nacional de exorcismo. Os grandes eventos de expulsão do demônio atraem um número maior de pessoas do que as partidas de futebol – recentemente, o Estádio Nacional de Varsóvia foi palco de uma série de rituais em massa. Cada diocese tem em média três exorcistas, afirma Grzegorz Bacik, assistente da prática na Cracóvia.
E a revista “Exorcismo”, a primeira da Europa sobre o assunto, conseguiu triplicar sua tiragem. “Eu resolvi não deixar passar em branco.” Segundo Bacik, o autor de mais de cinco livros sobre ocultismo e exorcismo, houve uma explosão da demanda na Polônia nos últimos anos.
O tema é onipresente em igrejas, lojas de santos e crucifixos ou na redação da “Exorcista Mensal” lançada há três anos, que chega hoje a 40 mil exemplares. Mesmo na Alemanha, onde a conferência dos bispos abandonou a prática no fim dos anos 1970, houve expansão.
No último sábado, uma mulher de 44 anos foi encontrada morta no hotel Intercontinental, de Frankfurt, depois de um exorcismo praticado pelos parentes, entre eles o filho de 15 anos. Outra vítima do mesmo ritual foi resgatada pela polícia com ferimentos graves.
Para atender à demanda, a igreja convida exorcistas de fora. Tendo como lema “Jesus no estádio”, o especialista em demonologia John Baptist Bashobora, acaba de fazer uma série de rituais de exorcismo em massa. De cada um, participaram 58 mil pessoas no Estádio Nacional de Varsóvia, mais do que nos jogos da seleção.
Pirei eu ou o mundo?