A transição do catolicismo
O Brasil está deixando o catolicismo e se encaminha para ter maioria evangélica, informa matéria do jornal Valor Econômico, para quem o país vive em transição religiosa. Faz todo sentido. Tenho escrito e analisado o que parecia ser um fenômeno há muitos anos, desde que as então chamadas seitas ocupavam locais estratégicos de Porto Alegre. Quando digo que parecia fenômeno é porque não existe isso. Fenômeno é a consequência natural de um processo que estava nas nossas barbas, mas dele não nos damos conta.
Há uma série de explicações para a perda de prestígio e poder da Igreja Católica. O Deus deles não é punitivo como o católico, para quem somos condenados ao inferno por qualquer coisa. Já nem falo do Deus luterano calvinista e outras, essas sim, religiões evangélicas do Hemisfério Norte. O Deus das nossas até quer que você ganhe dinheiro, ao contrário do catolicismo – é mais fácil um rico entrar nos céus do que um camelo passar no buraco de agulha blablabla.
Vou dizer uma coisa: essas religiões evangélicas brasileiras ganham cada vez mais adeptos porque praticam um eficaz sistema de autoajuda aos crentes. Por isso, eles pagam o dízimo com gosto. Tem mais razões do lugar onde vim, como diz a plebe, mas as principais são essas.
Sem falar que, em matéria de marketing religioso e logística de localização de templos, elas dão de relho no Vaticano.