A reocupação do Centro

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A Prefeitura de Porto Alegre está licitando obras no Centro Histórico com a ideia de tornar a área novamente convidativa. É uma tarefa difícil porque implica em trazer a classe média de volta para onde ela foi expulsa nos anos 1990. Uma a uma as operações comerciais e gastronômicas foram se mudando para outros bairros e shoppings.

Foto: Fernando Albrecht

Então, o que fazer no Centro a não ser comprar objetos e roupas dos camelôs e ambulantes que não ambulam? Estas fotos mostram que esse pessoal se instala com araras e tendas, ocupa calçadas para vender frutas e prejudicam o ir e vir do pedestre.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw27hn_conteudo_detalhe2.aspx?secao_id=3741&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=tecnologia_cartoes_credito&utm_content=escala_600x90px

A promessa é retirá-los assim que a revitalização estiver pronta. A questão é que não dá para laçar consumidores de padrão mais alto, e também não é fácil retirar o pessoal que se instalou com mala e cuida. 

Sim, teremos o Cais Mauá, mas nem mesmo se sabe se ele sairá do papel. Tem o Cais Embarcadero, é verdade. Mas ele fica perto do Gasômetros e só de carro para chegar lá. Dá para dizer que não é mais Centro, no sentido de Rua da Praia e transversais, Largo Glênio Peres e  Mercado Público, que fecha cedo e, nos domingos, só dois ou três restaurantes – que são poucos – abrem. Para piorar, estacionamentos cobertos ficam na Rua Sete de Setembro e Siqueira Campos, longe do miolo.

https://cnabrasil.org.br/senar

O desafio maior

Além de trazer a classe média de volta, como deixar a área segura à noite, quando algumas áreas viram QG do Crime? E ponham-se no lugar das gentes. Em vez de ir aos bares e danceterias da Cidade Baixa, em vez de frequentar shoppings com toda a segurança e variedade de restaurantes e cafetarias, por que alguém iria para a área central – onde a vida cessa após as 20h e o pouco que abre não tem estacionamento?

Nem policiamento tem, afora duas viaturas da BM nas imediações do Largo Glênio Peres. Esse é o drama. Revitalizar por revitalizar sem um uma massa crítica de atrações multifacetadas é inútil.

De certa forma, é uma batalha perdida depois que surgiram ruas como a Padre Chagas, a Dinarte Ribeiro, no bairro Moinhos de Vento, e a rua Nova Iorque. Ali é que mora a vida noturna.

Ninguém torce mais que eu pela volta da glória no Centro Histórico. Pode ser que no futuro e com os 16 prédios comerciais desativados e hotéis que fecharam para dar lugar a residênciais. Pode ser.

Mas insisto que nem por isso esse povo vá gostar de sair de noite como se pensa. Pelo menos enquanto não tiver atrativos e segurança. Enfim, é a questão do ovo ou da galinha.

Devagar…

…a covid vem derrubando momentaneamente os gaúchos. Na Capital, voltamos ao momento da pandemia onde toda pessoa tinha amigos e parentes de cama. Agora pelo menos os sintomas são leves, exceção dos idosos com problemas prévios, o que me leva a perguntar: já não virou endemia, como a gripe forte, derruba por alguns dias e deu?

Acredito que há interesses poderosos para que a chama do medo do vírus permaneça acesa. É só somar dois mais dois. Os mesmos laboratórios que fabricam vacinas vem desenvolvendo remédios capazes de acelerar a cura da covid. E por que não os lançam de vez? Vacina dá mais dinheiro, temos que ser realistas. E as farmacêuticas faturam mais prevenindo.  

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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