A grande viagem
Há um milhar de anos, os habitantes de uma das ilhas que hoje chamamos de Taiti ficaram curiosos ao avistar, com regularidade, grande número de aves migratórias se dirigindo sempre para a mesma direção. Como em todas as suas incursões marítimas com suas frágeis canoas nunca tinham avistado terra, somaram dois mais dois e concluíram que os pássaros não fariam essa longa viagem se não soubessem que haveria terra firme em algum ponto à frente. Que eles queriam muito conhecer e nela se estabelecer.
Então montaram uma estratégia. Cada vez que avistavam essa aves no horizonte, os taitianos embarcavam nas suas canoas a remo para ir na mesma direção. Óbvio que os pássaros iam mais rápido, então os nativos marcavam o ponto do último encontro e esperavam a próxima leva das aves. E assim foi ano após ano, década após década. Ninguém sabe quanto tempo levaram, mas estima-se que foi mais de um século até que, sempre seguindo as aves, descobriram e povoaram o Havaí.
A isso chama-se determinação e constância. Tem que ser feito, ponto. Por isso que vikings, europeus e outros povos singravam os mares bravios em frágeis cascas de noz até chegar à terra firme. Por isso que o homem foi à Lua usando um computador com capacidade menor que os antigos 286.
E são essas qualidades que faltam neste país.