A feiúra de Noel
Uma loja de roupas que existia numa esquina da Rua da Praia trouxe uma novidade, um palhaço com trompete em cima de longas pernas de pau. O trompetista espalhava miniaturas de músicas natalinas, Então é Natal, Ó Árvore e Noite Feliz.
Passa uma idosa, vestido preto, sombrinha da mesma cor, queixo saliente projetado pela idade avançada, cara amarrada. Chega na frente do artista e bate com a sombrinha na perna de pau. Olha na vertical.
– Mas que Papai Noel mais feio!
Indignado, o trompetista olha para baixo.
– Eu não sou Papai Noel, minha senhora, mais respeito!
– Então o senhor é o quê?
– Eu sou palhaço, ouviu bem? Pa-lha-ço!