A febre e a fuga
O Brasil vive duas realidades, das quais uma virou febre e a outra nos preocupa quando não deprime ou aterroriza. A realidade virtual é asséptica como uma UTI e deslumbrante com o cenário do faz de conta.
A outra, que é a que estamos imersos, é a realidade real, com perdão pelo pleonasmo. Nesse mundo vivemos nós e todas as forças que buscam nosso bem-estar ou querem nos destruir e prejudicar.
Realidade virtual, presente nos dispositivos como o celular e outras plataformas, pode se dividir em duas: melhorar seu lazer e desempenho profissional ou pode ser a velha fuga. Tipo avestruz, enterrar a cabeça na areia ao ver perigo iminente, metáfora um pouco prejudicada porque não é essa a reação da ave. Mas, vá lá.
As forças da lei enxugam gelo. Os criadores de diplomas legais frequentemente estão equivocados. As aplicações da lei também. Os governantes correm atrás da máquina de fazer dinheiro, os impostos, e antes de gastar muito, gastam mal.
Quando a realidade é dura demais, alguns seres humanos desligam os neurônios. Outros voltam à vida simples, sem engenhocas eletrônicas, que é tendência em alta.
O resto, que chamamos de povão, apenas tenta sobreviver. Basicamente, vivem como no tempo das cavernas, buscando o que raramente aparece e rapidamente desaparece: a felicidade.
Coisas nossas
É bem coisa nossa que os jornais de domingos destaquem concursos públicos, vencimentos e vagas correspondentes. Nenhum coloca as vagas abertas pela iniciativa privada. Explica-se pela busca de estabilidade. É crença comum que “ninguém vai para a rua” do serviço público.
Coisa muito perigosa
As mensagens on-line anônimas, conhecidas como “pílulas Q” (Q drops) têm seguidores que as reverenciam e interpretam essas pílulas Q como um texto sagrado. E o que pensa o filósofo e professor Yuval Noah Harari para a revista The Economist, que no final alerta “este texto é de um humano”.