A crônica perfeita

23 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A crônica perfeita

Façam um favor a si mesmo e leiam a crônica do jornalista Eduardo Bueno, na Zero Hora de sexta-feira passada. O homem bota o dedo na ferida no que atrapalha e piora o jornalismo atual seja qual for a plataforma. Começa analisando a pobreza intelectual expressa em comentários. É de chorar, afirma ele, o que eu tenho repetido aqui, ao longo dos anos. Mas o furo da bala vai além.

Os detestáveis

Ele pergunta por que os jornais, TVs e rádios se pautam pelos comentários de leitores geralmente brigados com o mundo, gente que já tem parte tendo má vontade com o veículo para o qual endereça sua ira. Por que linhas editoriais – digo eu – precisam ser definidas por esses pretensos gênios da comunicação como se espelhassem a maioria dos leitores/ouvintes/telespectadores? Você tem dezenas de milhares de leitores e dá bola para meia dúzia e sua bílis derramada?

Que rei sou eu?

O resultado é esse Frankenstein editorial que aí está, pelo menos por estas bandas. Eu sempre elogio o Estadão, não porque ele tem uma linha que me agrade, mas porque tem tenência, nem norte, tem posição e diz isso abertamente. Não fica dando uma de fuinha, sussurrando nos becos da comunicação e mudando o tom de acordo com quem passa por ele.

Os borrões

Mesma coisa nas galerias dos legislativos. Bastam algumas dezenas de militantes para que suas excelências se borrem de medo e acabem votando a favor dos pleitos dessa minoria, como se a maioria representassem.

Grande minoria

Há anos, eu conversava pelo telefone com a secretária de um diretor de indústria calçadista na cidade de Campo Bom, quando ouvi um alarido feroz entrando pelo bocal do aparelho. Perguntei a ela do que se tratava. “É uma grande minoria”, falou, explicando que era um piquete grevista composto de meia dúzia de gatos pingados com um carro de som potente. Perfeito. Grande minoria.

Deu no Tecmundo

Por meio de ferramentas maliciosas, hackers mal intencionados podem usar uma rede WiFi não segura de aeroportos para pegar informações pessoais de dispositivos conectados — a interceptação de dados pode até favorecer o roubo de dados bancários e fotos íntimas. Já tivemos muito isso nos nossos aeroportos, lembram? Depois não se ouviu mais falar.

A lista

A publicação enumera os 10 aeroportos americanos mais e menos vulneráveis a esses ataques. Entre os mais lidera San Diego Airport, na cidade do mesmo nome da Califórnia. Também estão na lista cidades como Dallas, Phoenix, Detroit e outras menos conhecidas. Nas menos perigosas lidera o aeroporto de Tampa, seguido de Miami.

Os cinco alfaiates

Lembrei da história dos cinco alfaiates que tinham loja na mesma rua. Um deles colocou uma placa com os dizeres “a melhor alfaiataria da cidade”; outro botou “a melhor do estado”, um terceiro botou “melhor do país, o quarto radicalizou “a melhor do mundo”. Que os matou a pau foi quem botou na placa “a melhor alfaiataria da rua”.

Grenal Vero

A VERO, líder no setor de adquirência no Rio Grande do Sul, passa a estampar as mangas das camisas do Grêmio e do Internacional a partir da 14ª rodada do campeonato brasileiro. O patrocínio se estenderá até dezembro de 2021. A VERO, adquirente multibandeira, pertence ao Grupo Banrisul.

Mas que tal essa?

O Rio Grande do Sul é o único estado que o PRTB não vai participar das eleições, afirma o coordenador da sigla em São Paulo. E explica: “Todo mundo que a gente coloca aí tenta negociar o partido. De corruptos, estamos de saco cheio. No próximo ano, vamos começar o partido do zero. Seu estado é difícil, todo mundo que a gente coloca aí, a primeira coisa que faz é tentar conseguir cargo em prefeitura e governo estadual”.

De bem com elas

Beto Albuquerque é confirmado pelo PSB como candidato ao senado - foto de Fernando MüllerNo momento de divisão de gênero que o Brasil enfrenta, a ala feminina do PSB entregou seu total apoio à candidatura de Beto Albuquerque ao Senado. A recíproca é verdadeira. Elas têm a confiança dele. No RS, 52% do eleitorado é composto por mulheres. Beto sempre foi parceiro das lutas delas.
Foto: Fernando Müller 

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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