A conspiração perfeita

30 jun • NotasNenhum comentário em A conspiração perfeita

Amantes da teoria da conspiração de todo mundo, uni-vos. Nada tendes a perder a não ser vossa ilusão. Acontece, irmãos e irmãs em crença de Ufos, homenzinhos verdes com antenas na cabeça, banqueiros unidos para roubar o Brasil e exército americano invadir a Amazônia ou vender o cerrado para o Japão em troca de ferrovias em todo o Brasil, acontece que tudo isso já foi substituído por algo real, palpável, legível e audível que está ao alcance da mão: a internet e seus braços.

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A rede não nasceu com esse propósito de dominar corações e mentes. Nasceu como ferramenta de pesquisa entre professores e universidades.

Mas aos poucos o Grande Irmão desenvolveu tentáculos como se polvo fosse, o amável tio Google, as redes sociais e o WhatsApp principalmente.  A criatura se voltou contra o criador sorrateiramente, a rede se infiltrou à socapa e à sorrelfa nos mais humildes até as mentes poderosas, sem exceção.

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A invasão é total e de tal forma que levaremos anos e anos para fazer o balanço do quanto somos dependentes dela. No Whats, onde se usa uma língua parecida com o português, até namorados namoram por ele em vez de trocar olhares e mão nas mãos como antigamente.

Hoje não pode porque as mãos estão ocupadas em dedilhar no celular. Em breve, até sexo virtual como fez Jane Fonda no filme Brabarella de 1970. Aquilo já foi um balão de ensaio.

No final do ato, dá até para perguntar “foi bom pra você também, benhê?”

Até o amor depende da web, ora vejam só. Fomos escravizados por esse monstro chamado internet em todas as suas formas como naqueles filmes em que plantas entram na cabeça do povo pelos ouvidos e narinas. Ao acordar, já não tem vontade própria. Nem mesmo é preciso criar, ela cria por você e ainda pagamos por isso. É o crime perfeito, a conspiração perfeita.

A distinção que me lê quer fazer doutorado e falta uma tese? Sem problemas, teses e temas já prontos estão à disposição. A pesquisa já está feita, o texto também. Depois o professor vai dizer como ele é brilhantes se não fosse o fato de que ele também pode ter usado o tio.

Como todo organismo, às vezes, ela é derrotada por um simples laptop da Tailândia, cujo dono acionou a tecla errada e contaminou toda a rede mundial. Mas as operárias desse formigueiro virtual trabalham para restabelecer a ordem, a paz e o progresso.

O impacto na comunicação pessoal e corporativa é de tal ordem que levará anos para fazer um balanço do que perdemos. As plantinhas verdes já entraram em praticamente oito bilhões de terráqueos. Uma vez tudo dominado, os conspiradores tratam de humilhar os poucos que não aceitaram os grilhões e insistem em usar a tabuada, lápis, papel, aritmética e o dicionário de papel, o velho e bom Aurelião.

Há só uma arma que o derrota, mas leva com ela tudo que tem motor e eletricidade, o pulso eletromagnético. Um dia, vamos acordar sem memória, sem dados e desesperados ao saber que nosso saldo no banco zerou. Será a Grande Guerra Mundial Cibernética.

Se não forem países, China, Rússia ou até mesmo – e é aí que mora o perigo o Crime S.A, Imaginem hackear tudo e todos e pedir resgate para cada ser vivo pessoa jurídica ou individual. Minha mãe, salvai-nos Nossa Senhora do Pixel. 

Albert Einstein disse que não sabia como seria a III Guerra Mundial, mas que a IV seria com paus e pedras. Acho que em vez de paus e pedras usaremos pilhas descarregadas e celulares obsoletos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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