A arte da insônia controlada
Como não dormir relativamente fácil, e só ficar ligado no noticiário sobre a peste. De preferência, em textos ou depoimentos sobre a Covid e a aparente inutilidade de combatê-la. Você pensa que o pestinha vai dar uma folga, e lá vem ele com passaporte carimbado da Europa cantando ói nós aqui traveiz.
Como dizia, no seu português estropiado, o seu Pacheco, capataz de estância no Alegrete, já não devulgo mais nada. A Alemanha está no terceiro lockdown prolongado, já vacinou até chucrute e nada do número de casos baixar. Estou como seu Pacheco ao cubo. Até fujo das telas.
A salvação pela noz
Minha rotina é a mesma. Acordo cedo e como duas ou três nozes pecã. Baixa o colesterol ruim e aumenta o bom barbaridade, vão por mim. Há anos estou com ele em dia e olha que como queijos gordurosos, embutidos, pastel, pizza. Isso há cerca de oito anos, conselho de um Professor Pardal natureba. Fim da consulta. Quer com recibo ou sem?
Voltando à vaca fria. Tomo banho, leio o que deve ser lido, começo a dedilhar o tablet e, por volta das 10h30, vou dar minha caminhada ao Centro ou ao Moinhos de Vento. Almoço, tiro uma tora (zzz…) e volto ao basquete escrevendo até em torno das 21h. Sabe qual tem sido meu melhor momento?
A salvação pelo café
Nessas caminhadas diárias costumo parar em cafeterias pré-escolhidas para molhar as ideias com o cafezinho amigo. Sem açúcar. Ou na ida ou na volta, prefiro ficar só com meus fantasmas. Converso bastante com eles, ouço suas mágoas, devolvo com as minhas, rimos por dentro porque nem todos conseguem ouvir fantasmas, e volto para o lar doce lar.
Claro, nos entrementes falo e escuto com quem preciso. Também não sou tão eremita assim. E vou dormir pensando até quando essa situação vai parar, se é que vai parar.
Câmbio, não desligo
Alguns certamente dirão que eu preciso desligar. Jornalista pensador não desliga nunca. Mesmo às próprias custas, nem deve.