Segredos da publicidade
Em uma das minhas incursões na publicidade, trabalhei numa agência com sede no Rio de Janeiro chamada SGB, cujo diretor regional era meu querido e saudoso amigo Ernani Behs. Certo dia, fomos chamados por uma fábrica de adubos que pretendia fazer uma megacampanha institucional no interior do RS. Fomos lá eu e o Nani. Sugerimos painéis de estrada, cartazes em postos de gasolina e em churrascarias, cartazes, adesivos e lonas de caminhão e um sem número de outras peças. Empolgado, sugeri pintura de para-choques de caminhão.
– Alto lá – interferiu o Ernani. – Eu aprendi com os americanos que nunca se bota propaganda atrás de algo que nos irrita.
Lembrei dessa história dos anos 1970 quando me contaram, na sexta, a história de uma grande empresa gaúcha que convidou um nome com fama internacional para visitar a sede da tal empresa. Para impressionar a ilustre figura, a diretoria mudou todo o layout externo e interno, tudo teria que ter o logo da empresa, incluindo tapetes e carpetes no elevador e em todo o prédio.
A tal celebridade conheceu diversos ambientes do complexo administrativo, culminando na sala presidencial. Ao pisar em cima do luxuoso tapete com a logomarca da empresa, o visitante fez o speach de agradecimento, dizendo da sua admiração pelos anfitriões. Mas fez uma ressalva:
– Só me permitam uma sugestão: nunca coloquem o logo em algo que você pisa em cima.
Nas semanas seguintes, foi refeita toda a decoração. Sem logo nos carpetes e tapetes.