O caderninho do tio Hugo
Uma das pegadinhas mais cretinas do meu tempo de guri era perguntar para uma pessoa de mais idade qual era a diferença entre um ventilador parado e um homem cansado. É 30, dizíamos em seguida. Um ventilador parado não venta e um homem cansado se senta. Eu avisei, não avisei? Mas há exemplos piores. Telefonávamos para a farmácia e engrossando e voz fazíamos pergunta se tinha éter aberto, no sentido de a granel. Sim, era a resposta.
– Então fecha, senão evapora!
Olhando com olhos de hoje, acho que merecíamos prisão quase perpétua. Outra besteirada era apertar na campainha das casas, noite alta, e sair correndo. Recordações são como cenas do passado, cujas brumas o vento da memória dissipa. Caso da “venda” do tio Hugo Orth em Montenegro, armazéns também chamados secos & molhados. Um dia, entrou um molecote correndo e fez o pedido.
– Seu Hugo, a mãe pediu dois rolos de papel higiênico!
O dono entregou os rolos e o fedelho saiu correndo. Tio Hugo deu a volta no balcão e botou as mãos em concha para o som alcançar o guri, queria saber dele se era para botar a despesa no caderninho do fiado.
– É para tomar nota?
O moleque gritou de volta.
– Não, é pra limpar o …
Vocês conhecem a palavra.