A volta do Conselheiro
A postura messiânica de alguns petistas, como é o caso de Lula, é uma tradição da esquerda. O mais emblemático foi Che Guevara, naquela famosa foto que ainda hoje corre o mundo. Reparem nos olhos voltados para o céu, pose típica de santo em santinho católico. No altar de quem acha que precisa de governo mínimo está o deus Mercado; no da esquerda, a santíssima trindade comunista, Marx, Engels e Lênin. Leon Trotsky bem que tentou, mas foi alijado do seu nicho a mando de por outra bondosa criatura comunista, Josef Stálin.
Lula não. Lula tem todo o perfil para ser o Antônio Conselheiro da Guerra dos Canudos versão século XXI. O Peregrino, como era chamado Antônio Vieira Mendes Maciel, morreu vítima de desinteria e não morto pela arma de um militar, bisavô ou tetravô de um magistrado federal, como asseverou recentemente o ex-presidente.
Por isso que os fãs de Lula não admitem nenhum erro, nem mesmo pecado venial do seu guru máximo. Como na multidão que seguia e ouvia cegamente o Peregrino. Pode gastar provas e argumentos à vontade que, até mesmo intelectuais que sabem das coisas, não acreditam nem que a vaca tussa e assobie o hino nacional de trás para a frente.
Lula é um dogma.