A decadência do pistolão
Se o presidente Tancredo Neves tivesse sido atendido pelo SUS estaria vivo até hoje. Os mais variados especialistas chamados para cuidar da sua diverticulite pareciam mais preocupados em não errar e aparecer em entrevistas e matérias de jornais. Não os estou chamando de incompetentes, ao contrário, mas as coisas são assim. É um fenômeno quântico, a partícula muda quando é observada.
Conto isso porque um colega, com largo relacionamento com estatais, governos e empresas privadas, contou-me que acionou a assessoria de imprensa de uma estatal para obter mais rapidamente o socorro para corrigir um problema técnico. Demorou para caramba e ele teve que contratar um serviço particular. Contei para ele a primeira frase desse texto, aduzindo que, no dia a dia, é ainda pior.
Dei o exemplo do guichê para idosos nos bancos, lotéricas e órgãos públicos. Com muita frequência, você seria atendido mais rapidamente na fila dos normais. Há até uma explicação lógica, porque o idoso leva mais tempo, erra nos procedimentos e tem que refazer a operação, isso quando não é surdo e não entende o que a pessoa da janelinha diz.
Como regra, um conselho deste mortal que já viu passarinho pastar e boi voar: pelo “SUS” genérico é melhor e mais rápido.