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19 out • Usos & CostumesNenhum comentário em Usos & Costumes

De mal a pior

O jornal impresso ou virtual que lemos de manhã cedo está enfrentando uma crise medonha no Brasil. Não passa dia sem que não venha a má notícia de demissões no mundo do jornalismo. O site Jornalistas&Cia publicou matéria sobre o corte que a Infoglobo fez em seu pessoal. Isso significa cortes na Editoria Globo, Extra e Valor Econômico. O número de demitidos é controverso, mas não vem ao caso. O que conta é a tendência, que é alarmante.

O dinheiro não se multiplica

Aqui no Sul, vocês sabem, é pior ainda do que no Sudeste. Os custos aumentaram e a receita publicitária caiu, e aí existe um detalhe junto à crise. Além da queda de anúncios, o dinheiro não se multiplica. Quer dizer que surgiram novas plataformas – e ainda vão surgindo – para disputar o dinheiro do anunciante. O pior é que elas custam caro, ao contrário da lenda.

O fim de uma era

O anúncio clássico vai terminando. Promoções, conteúdo editorial e outras modernidades absorvem mais verba publicitária do que se imagina. E tem a questão dos smartphones, tablets ou computadores de mesa. Um pequeno negócio não precisa mais usar uma agência de propaganda. Dou um exemplo: uma conhecida que vende roupas faz o seu “anúncio” na web usando sua filha como modelo. Tirou dinheiro do redator, do fotógrafo, do diretor de arte e de criação, do contato e até do boy da agência.

Pequenos, porém ineficazes

Funciona? Em alguns casos sim, mas o fato é que esse tipo de empresário acha que funciona. Ele ou ela nunca saberão se usando os serviços de uma agência clássica as vendas seriam maiores. Ele não arrisca ou não tem dinheiro, ponto.

Gênios de araque

De certa forma, voltamos aos anos 1960, em que os empresários usavam os filhos gênios entre aspas que escreviam muito bem, a filha ou o genro que sabe tudo de layout. Pra quê agência, não é mesmo?

Estranho mundo

Tudo isso para dizer que tenho medo do futuro do negócio Comunicação. Ela existirá sob outra forma, mas esse será um mundo que não é o meu. Fiz a minha parte e continuo fazendo até o dia em que não precisarei mais usar meu plano de saúde.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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