Um vírus radioativo

8 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Um vírus radioativo

Sutilmente estamos entrando em uma nova fase da cobertura da covid-19 pela imprensa. Como se fosse radioativo, o vírus pode estar se amansando, mas sua meia-vida ainda o tornará uma praga além da conta. De qualquer forma, o vírus e sua evolução ficam em segundo plano para dar saliência aos efeitos devastadores da economia. Mas não só ela.

VOCAÇÃO CONTINUADA

Bolsonaro continua sendo o alvo preferencial dos impressos, posto que nenhum grande jornal o tenha tirado da alça de mira. É pau puro, com opinião cristalizada até nas manchetes. Mesmo os reticentes de antes agora são críticos desde criancinha. Além do óbvio,  creio que o recente ataque dos bolsonaristas roxos a jornalistas tenha sido o marco zero da virada total. Foi um erro enorme do presidente em não criticar essas agressões. Enorme e injustificável.

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UM ERRO CRASSO

O Capitão pode não ser um desastre total em gestão propriamente dita, mas sua tropa de choque interna e externa envenenaram sua imagem. Você bota bílis para fora no banheiro e não no microfone. Ele pode até ter razão nas críticas que fez ao Supremo, mas jamais deveria ter fechado todas as portas ao falar do jeito que falou. Muito menos comparecer, portanto endossar, os ataques da turba que exigia o fechamento dos outros dois poderes, jamais.

BANHO DE UV

Mas qual é a novidade, dirão vocês, ele sempre foi assim, suas temeridades vocais nem cabem em uma dúzia de CDs ou pendrives. De fato, mas isso é como o sol, em efeito cumulativo. O sol em excesso de ontem entrou no seu corpo para ficar, não tem porta de saída. É overdose.

OS DOIS PRESIDENTES

Quando ele cobra do Supremo ações para terminar o isolamento para o país não quebrar, não deixa de ter razão em dividir a responsabilidade. Todas as manchetes dizem que ele quer é tirar o dele da reta ao jogar o ônus no colo da Corte. Ocorre que, nos últimos tempos, quem tem governado o Brasil é o STF. E nesse aspecto Bolsonaro pode ter razão.

OS SÁBIOS DA PLANTÃO

O que me intriga é o fato dos presidentes, quase todos, não usar ou não dar voz a assessores e estrategistas gabaritados para a função de aconselhar. E ouvi-los, pelo menos. Estadistas poderosos como John Kennedy, Bill Clinton e Barak Obama tinham o maior respeito por eles, que os  livraram de fazer muita cacaca. Mesmo Winston Churchill confessou que deveria ter ouvido mais e agido ao seu modo de menos.

DESGRAÇA EM TRIPLO

Nunca invejem o Rio Grande do Sul. Além de o Governo estar quebrado – e não de hoje – o PIB que já estava trêmulo, afunda  não só pelas consequências do vírus, mas por uma seca que vai para o quinto mês. É muita desgraça junta. Que bomba caiu no colo do governador Eduardo Leite, nossa mãe! Ele sofre e aguenta pressões que uma pessoa com não suportaria. O que, desde já,  faz dele um um governante excepcional. Com dinheiro e chuva certa, qualquer um pode ser um bom gestor.

LIVE

Nesta sexta-feira, 8 de maio, a professora de História e Artes Tania Bian e o jornalista Ivan Mattos fazem uma live às 19h. Em pauta “Os padrões de beleza através da História”. Para assistir, acesse o perfil da professora no Facebook: Tania Bian. Tania bian cards face (9)

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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