Tiro no pé
Sobre a histórica falta de autocrítica na esquerda. Ela se comporta como muitos políticos, governantes e empresários, que se cercam de puxa-sacos. Quando algum assessor conta a verdade em vez de ouvi-lo o patrão o bota no olho da rua.
É uma cultura estranha essa, que poderíamos chamar de modalidade Tiro no Pé. Abunda por aí. Se dessem ouvidos aos assessores sinceros, teriam uma consultoria grátis. Em uma viagem que fiz para a Alemanha, nos anos 1980, comentei o assunto com um assessor do chanceler Helmut Kohl. Ele ficou impressionado com meu relato.
– Se eu soubesse de alguma coisa negativa do meu chefe e a ocultasse, seria considerado um traidor e tratado como tal.
Pois é.