Tira os pés do barro

10 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Tira os pés do barro

Você é um lojista e, na quinta-feira, recomeçou a sorrir porque o perfeito Nelson Marchezan despachou normativa autorizando a abertura das lojas até domingo, uma maneira de faturar algum com o Dia dos Pais, nem que venda abaixo do custo para ter algum caixa , “sangue” como dizem os lojistas. 
https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw27hn_promocao.aspx?secao_id=3739&campo=25503&secao_principal=2922103%20%20&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=banrifast&utm_content=centro_600x90px
Então reconvoca funcionários, acerta com os aplicativos para buscar os que moram longe, fala para a família que até ela vai poder respirar. Dorme contente, ou quase, porque na segunda o pesadelo recomeça. Ouviu falar que talvez a prefeitura mantenha o status de abertura parcial, afinal a esperança é a última que morre.
www.canoas.rs.gov.br/coronavírus

BOTA OS PÉS NO BARRO

Antes mesmo de sair de casa se liga. E, com enorme tristeza, fica sabendo que, na madrugada, a Justiça mandou fechar tudo de novo. Pior. Mesmo na véspera do Dia dos Pais, tem que fechar às 16h. Domingo nem pensar. O que já gastou com os procedimentos de abertura soma-se à não-venda que tão ansiosamente esperava.

A TEMPESTADE PERFEITA

O que exaspera é o fato de os poderes envolvidos não seren unânimes nos protocolos. Mas é natural, dirão vocês. Ok, mas não de bater cabeça em quase tudo o que diz respeito à pandemia. E quase sempre é noite alta ou madrugada que disparam os finalmentes.

Estranho Estado esse nosso. Os três poderes mal e mal cumprem o expediente no dia a dia. Mas agora deram para trabalhar à noite e de madrugada para alterar regras que foram criadas durante o dia.

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO

Tire o  cavalinho da chuva quem acha que os shoppings são eternos. Chega um determinado momento em que não vale mais a pena abrir. Pensem nos custo só para abrir o portão. Não estou falando em hipótese, que fique claro.

QUANDO SETEMBRO CHEGAR

Parte do comércio vai fechar em definitivo. Não há espaço para milagres. Um grande restaurante de Porto Alegre, que sempre manteve folga no caixa, foi obrigado a ir ao banco para buscar empréstimo a fim de cobrir o rombo. Conseguiu juros relativamente baixos, 12% ao ano.

Só tem um probleminha: a casa vai ter que pagar essa conta mais adiante. E vai ser missão impossível se permanecer fechada por mais um mês.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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