Tempos de cólera

14 jan • NotasNenhum comentário em Tempos de cólera

Curiosa essa dita humanidade, que está mais para desumanidade. Além da falta de capacidade de diálogo, substituída pelo fundamentalismo guasca do crê ou morre, agora estão confundindo os presidentes. Falam tanto mal do Trump que parece ser ele o presidente do Brasil.

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DEU A LOUCA NO  MUNDO

É o título de um filme com Spencer Tracy como ator principal, logo ele, um sujeito cordato e pacífico. No fim, ele acaba se rendendo e entra no círculo da loucura geral. Na trama que no fundo é uma tragédia, uma multidão enlouquecida corre atrás de dinheiro. Pacatos senhores, pacatas mulheres, todos ficam ensandecidos com a perspectiva do dinheiro fácil e alheio.
Não me ocorre imagem melhor para os dias que correm, incluindo o ódio mútuo entre esquerda e direita. A desinformação e a histeria são tantas que se confunde ser conservador com ser de direita.

EFICÁCIA BUROCRATIZADA

Ponham-se na cabeça de uma pessoa comum que recbeu a informação que a CoronaVac tem eficacia  de pouco mais de 50% mas que isso é bom. Como alguém já falou, isso é lá  motivo de comemoração? Pior que é. A ciência requer exatidão e nisso o brasileiro é falho.

O VENTO QUE SOPRA LÁ…

Peçam para alguém definir vento, por exemplo. “Vento é….vento é…assim tipo vento que derruba árvore…é…não, vento esfria ou esquenta…”, e por aí vai.

…NÃO É O VENTO QUE SOPRA CÁ

Vento é o ar em movimento, é simples e certeiro. Como no caso da vacina, a tradução da informação sobre a eficácia é simples. A metade estará imune, 28% terão sintomas leves, o resto moderado, 100% não precisará de hospital.

COMO É MESMO?

Boa parte da culpa da desinformação é culpa da imprensa. Melhorou, mas ainda falta uma coisa tão simples como vital: repórter não ter medo de perguntar. É uma constatação que faço do alto dos meus 53 anos de jornalismo e observação da mão de obra, o repórter tem medo de perguntar para não passar por ignorante.
Uma prova desse temor é verificar como os nomes e sobrenomes de quem se entrevista são grafados de forma errada. Se tem H, ou dois L, essas coisas. O nome de uma pessoa é o único patrimônio que ela nunca vai perder, então trate-o com precisão. Na TV é pior.
Outro dia vi uma repórter se referir ao folclorista Paixão Côrtes como Paixão CORTÊS. Até as corujas de corredor de estância sabem pronunciar certo o nome dele. Nem Jesus salva.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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