Tempero baiano
Nos anos 1970, meu cunhado Antônio José Pires Freire, biólogo da Embrapa, visitou uma cidade do interior da Bahia para analisar uma praga que estava matando seringueiras. Fim de mundo, lampião na rua, mas o único hotel prometia. Uma faixa informava que a casa oferecia TV a cores, frigobar e ar condicionado. Cruel desilusão.
A televisão a cores tinha imagem preto e branco, mas tinha daqueles plásticos – nas cores do arco-íris em degradê – para grudar na tela; o frigobar não era elétrico, colocava-se uma barra de gelo para manter a temperatura; e o ar condicionado consistia em um ventilador de teto.
Como disse o irritado dono do hotel quando o hóspede foi reclamar: “O quarto não tinha sobrevoo de muriçoca, a cerveja estava gelada e a TV era colorida. Então, qual era a bronca?”
Como dizia o Chico Anysio: foi mentira, Terta?